Um livro apreendido, um autor perseguido porque ousou enfrentar os ingleses.
Os ingleses-negligentes-omnipotentes-arrogantes que continuam a pensar que Napoleão ainda aí anda e que sem eles … já fomos.
Li o livro, tenho o livro e por mais que o leia não percebo como é que a nossa imprensa, a nossa justiça, a nossa soberania, o nosso governo, a nossa vergonha: Permite que se atire aos cães um polícia Português (para não dizer mais) e receba com honras de realeza duas pessoas que devido apenas e só à sua negligência perderam um anjo chamado Madeleine. Rapto, morte? Não sei, não sou polícia nem bruxa, mas sou mãe e como mãe não entendo que no coração despedaçado de quem perdeu um filho, haja espaço para tanto ódio. E haja lugar para tanto amor-próprio.
A honra das pessoas? O sem bom-nome?
Como mãe penso apenas na dor imensa, inimaginável, incurável de quem abre uma porta e descobre um peluche numa cama vazia.
Senhora Maccan: gostaria de saber a que Deus reza, que tónicos toma, que força a domina, para conseguir pensar e agir para lá da perda da sua menina? Onde, de onde lhe advém a força para cuidar da sua honra e do seu bom-nome?
E agora pede um milhão de euros a Gonçalo Amaral…mais valia que tivesse pago vinte a uma baby-sitter, na noite maldita.
A senhora mete dó, o seu marido mete dó, todo este imbróglio inspira piedade, e infelizmente agora mete dó também quem de vós se condoeu porque V.Exas. têm andado a arrastar na lama do vosso remorso um povo que chora convosco a tragédia – seja ela qual for – que atingiu Madeleine Maccan, e que será o vosso pesadelo até que a morte (ou um rapto) vos dê alguma paz, não sei se merecida.