Dois terços procuraram soluções, a maioria em clínicas privadas, devido às listas de espera no Serviço Nacional de Saúde, revela o inquérito da TESTE SAÚDE a 1650 portuguesas.
> Neste estudo, os custos foram apontados como principal entrave à terapia. Quando não foi necessária fertilização in vitro, os aspirantes a pais gastaram em média, 2900 euros. Com recurso ao tubo de ensaio, a despesa atingiu 3800 euros. Mas os gastos ultrapassam esta fasquia com facilidade: 1 em cada 10 inquiridas pagou mais 8 mil euros e testemunhos citados pela TESTE SAÚDE contabilizaram 20 mil euros de investimento.
> Os casais inférteis esperam 11 meses, em média, pelos tratamentos e mais 9 para engravidar. O processo foi descrito como desgastante pela maioria das inquiridas: metade revelou desconforto e quase todas viveram a aventura com muita ansiedade. Grande parte reclama apoio psicológico gratuito, mas 15% procuraram-no sem êxito.
> O diagnóstico da infertilidade é difícil e, muitas vezes, as causas ficam por apurar. Por isso ou por não procurarem um profissional, mais de um terço “não faz a mínima ideia” do que impede a gravidez.
> Seis em cada 10 casais com problemas submeteram-se a testes clínicos e a maioria conseguiu um diagnóstico. A falta ou irregularidade da ovulação e o reduzido número ou baixa mobilidade dos espermatozóides são os motivos mais identificados.
> A DECO pede um investimento mais célere ao Ministério da Saúde em tratamentos para a fertilidade, para garantir a resposta atempada a todos os precisam. Os casais em lista de espera nos serviços públicos há mais de um ano devem ser encaminhados para privados, sem custos adicionais. Os consumidores pedem ainda a comparticipação estatal de 3 tentativas de fertilização in vitro, em vez de uma, por aumentar muito a probabilidade de gravidez. O apoio psicológico durante o processo é importante para gerir forças e equilibrar afectos.