, onde marcaram presença várias entidades e personalidades do Concelho de Faro, tal como os órgãos dirigentes de o G.A.TO. e os técnicos e outros funcionários dessa associação farense que, ao longo destas últimas duas décadas, tem combatido o flagelo da toxicodependência, um pouco por todo o Algarve.
Para Gisela Marques, actual presidente da direcção, o evento que assinalou os 20 anos de existência de o G.A.TO. pretendeu “dar uma maior visibilidade ao laborioso trabalho que os nossos técnicos e voluntários têm vindo a fazer, em prol de crianças e jovens em risco e das suas famílias, bem como de outras populações desfavorecidas” afirmou. Saliente-se que esta associação, sedeada em Faro, possui várias valências de cariz social, indo mais além do que a luta contra a toxicodependência como o apoio a indivíduos sem-abrigo, através do trabalho das suas equipas de rua, o gabinete de apoio psicossocial ou o projecto ADIS/SIDA, que intervém nos estabelecimentos prisionais do Algarve. Na área de intervenção social, o G.A.TO. possui, além das referidas, estruturas como a Comunidade Terapêutica do Azinheiro, apartamentos de reinserção social, em Faro e no Concelho de Tavira e um protocolo conjunto com o Centro Distrital de Segurança Social de Faro, materializado em equipas de intervenção, denominadas de Equipas RSI, reportando-se a beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
Gisela Marques recorda o grande lema da associação “Viver em Comunidade”, ao consubstanciar o mote para o cumprimento dos objectivos desta Instituição Particular de Solidariedade Social, já que se pretende “manter todas as actividades que temos presentemente e candidatarmo-nos, logo que surjam as candidaturas, a novos projectos” sustentou, levantando um pouco o véu sobre novos propósitos que o G.A.TO. ambiciona ver concretizados, como a criação de um Centro de Alojamento e de uma Casa de Saída para ex-reclusos.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Faro, Macário Correia, também ele presente no «1º Jantar de Solidariedade», o G.A.TO. “tem desempenhado uma meritória acção no domínio da toxicodependência, designadamente na prevenção, tratamento e reintegração social” sublinhou, acrescentando que esse percurso notável da associação levou a que a autarquia “cedesse, pelo prazo de 26 anos, um espaço para que esta instituição ampliasse as suas iniciativas e pudesse perseverar o combate a este flagelo que destrói muitos jovens e causa sofrimento às suas famílias” atestou o autarca farense.
Questionado sobre o papel positivo de o G.A.TO., no que concerne ao seu contributo para a segurança colectiva, designadamente da cidade de Faro, através do seu trabalho de minimização de danos, Macário Correia lembrou que “uma sociedade civilizada tem que cuidar dos que, por vicissitudes da vida, se encontram em posição mais frágil e o G.A.TO. age com esse sentido de dever. Para além disso, sabemos bem que a toxicodependência acarreta problemas de segurança e criminalidade, pelo que as intervenções para prevenir ou amenizar este drama também se repercutem no bem-estar das populações” reforçando a ideia de uma comunidade mais segura pelo trabalho efectuado pelo G.A.TO.
Também as recentes medidas de austeridade anunciadas pelo governo português atormentam os órgãos dirigentes de o G.A.TO., sobretudo, porque a crise repercute-se nas actividades da associação e se alguns subsídios já chegam com um relativo atraso, presentemente e com estas medidas extremas, paira o receio de existirem “cortes nos subsídios dos quais nós necessitamos para sobreviver, daí o nosso apelo à sociedade civil” com a realização deste «1º Jantar de Solidariedade», lembrou Gisela Marques.
Recorde-se que várias entidades privadas apoiaram este evento, onde também se evocou quem sempre apoiou o G.A.TO., como individualidades em nome próprio e pessoas colectivas, tal como cidadãos anónimos que nunca deixaram de auxiliar a associação e as fundadoras do G.A.TO., Margarida Gouveia e Margarida Guerreiro, que juntamente com Gisela Marques, também ela fundadora, tiveram há 20 anos um sonho que se revelou num sucesso de intervenção social.