, através da inauguração de um espaço público naquela terra.
O “Pátio da Dona Antónia” é o nome desta zona de lazer e convívio para a população e que pretende recriar os antigos pátios algarvios, onde as pessoas se juntavam no fim das tardes de Verão para momentos de convívio, ou onde se secavam os figos.
Durante a cerimónia, o presidente da Autarquia, Seruca Emídio, relembrou a homenageada “pelo seu testemunho físico e emotivo que deixou na população do Concelho de Loulé, pela sua sensibilidade para com o mundo rural, para com o país agrícola, numa tentativa permanente de uma dinâmica de desenvolvimento harmonioso do interior do Concelho, mas também pelo seu testemunho pelo bem que fez, com a ajuda aos mais necessitados, com a possibilidade que teve de proporcionar a concretização de sonhos das populações”.
Estas palavras foram reforçadas pelo deputado Mendes Bota, antigo presidente da Câmara de Loulé, que relembrou o papel decisivo de Dona Antónia para que Benafim se tivesse tornado freguesia. “Sem ela não era possível termos tido a freguesia de Benafim. Havia condições de infra-estruturas que eram necessárias, que eram obrigatórias, para que na Assembleia da República fosse aprovada a freguesia e a Dona Antónia tornou isso realidade”.
Mas a sua acção não se limitou só a Benafim. Na cidade de Loulé, nos anos 40, esta benfeitora doou ao Município de Loulé vários terrenos – a chamada Quinta do Pombal – onde foram construídas, entre outras infra-estruturas, a Casa da Primeira e Infância, as Piscinas Municipais e o Parque Municipal. Na sua terra cedeu terrenos para a construção do cemitério, campo de futebol e sede do clube local, como recordou o presidente da Junta, Fernando Vargues.
Para além do cunho em termos de desenvolvimento, os oradores lembraram também o lado humano desta mulher que ajudou os pobres nos momentos difíceis. “Passou por três guerras, duas mundiais e uma colonial, assistiu a muitos períodos de fome e sofrimento por parte da população, mas foi verdadeiramente uma benemérita que deu o que tinha e que era dela própria”, frisou Mendes Bota.
“É nos dias que correm, num mundo cada vez mais individualista, um exemplo que devemos realçar. É importante que possamos passar para as gerações mais novas o seu exemplo e o seu testemunho”, salientou o autarca Seruca Emídio.
Uma vida dedicada ao mundo rural
Nascida em 1907, na freguesia de Alvor, Antónia do Carmo Provisório da Silva Campos veio para a Quinta do Freixo – considerada a maior exploração agrícola do Algarve – que tinha sido adquirida pelo seu pai, na década de 20, com vinte e poucos anos, e iria dirigir esta exploração durante muitos anos. Aliás, ainda hoje a Quinta do Freixo está a cargo da sua família.
Dona Antónia foi uma pessoa dedicada à sua terra e esteve sempre à disposição de toda a população. A sua percepção do Mundo Rural e do País Agrícola esteve sempre presente na sua acção em defesa do campo e na criação de dinâmicas de desenvolvimento harmonioso do interior. Abriu vias de esperança e contribui para a concretização de muitos sonhos das populações locais.
Durante a sua vida procurou fazer todo o bem que estava ao seu alcance. Desde o período do Estado novo até aos dias de hoje deu emprego e meios de subsistência a muitas pessoas da freguesia de Benafim e freguesias vizinhas, sendo sempre uma pessoa ligada à beneficência e que gostava de ajudar toda a gente. Protegia crianças abandonadas e ajudava também os missionários.
Contribuiu bastante para o desenvolvimento das freguesias de Benafim e de Alte, mas também se preocupou com a expansão urbana da sede do Concelho.
Em 2007, um ano após o seu falecimento, aos 99 anos de idade, foi homenageada com a Medalha de Mérito Municipal.