O seu pai era natural da ilha de S. Jorge e tinha uma casa na Fajã de S. João, voltada para a ilha do Pico. Toda a dimensão do Pico está sempre presente na sua memória assim como quando avistava da ilha de S. Jorge o reflexo do sol nas vidraças das casas na Ilha do Pico.
Entre 1973-1975, criou e dirigiu a revista Teatro em Movimento (Lisboa).
Durante 4 anos, chefiou a Divisão do Teatro da Secretaria de Estado da Cultura.
A partir de 1978, dedicou-se intensamente ao seu trabalho como escritor.
Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Coreia do Sul, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Itália, Portugal, República Checa, Roménia, Sérvia e Suíça.
Em parte, a beleza dos Açores inspirou as suas obras, nomeadamente a peça de teatro: “ O homem que caminhava sobre as ondas” (peça em 3 actos). A mesma fala sobre a emigração Açoriana para o Canadá.
O romance “No mais profundo das águas”, sobre Antero de Quental, geração de 70, tem capítulos passados em S. Miguel e um na terceira. Romance em que Antero foi procurar um médico macaense que estava sediado em Angra.
Norberto Ávila conheceu Vitorino Nemésio e conviveu muito com este em Lisboa e também em viagens aos Açores.
Recorda-se de um episódio engraçado em que Nemésio publicou num folheto de Cordel, poemas escritos como se fossem poemas populares brasileiros. Estava na Faculdade de Letras e chamou Norberto Ávila, falando-lhe do folheto que iria publicar e que gostaria que este escolhesse as gravuras para o mesmo. Tratava-se na altura de algo pessoal para Nemésio oferecer aos amigos no Brasil e em Portugal. Nemésio achou muita graça às gravuras escolhidas por Norberto e fez-lhe uma dedicatória. Norberto ainda a guarda na sua pasta de recordações, pasta outrora de Nemésio.
Noutro episódio, recorda-se de uma viagem aos Açores com Nemésio no velho navio Carvalho Araújo. Esteve com ele e com David Mourão Ferreira no S. Carlos, numas cantigas ao desafio e muito se divertiram.
Poema “Nemésio meu amigo”
Mestre Vitorino Nemésio,
Doutorado em Poesia,
Raízes no mar ilhéu
E no vento a voz sentida.
De quando em quando recebe
Noticia da ilha ausente,
Que, de saudade ferida,
Sua ausência não consente.
O seu cavalo o espera,
Brilhando na noite escura,
Ruminando palha fina,
Com algum verso á mistura.
Espera-o a viola certa,
Para o concerto do dia,
Com as mãos de quem inventa
Claros sinais de alegria.
E com seu ar descuidado
De quem deixa a porta aberta,
Abre o silencio – e a palavra,
A sua melhor oferta.
Senta-se ao lado do povo,
A quem chama seu amigo.
Do Brasil o estão chamando:
Parte, seu hábito antigo.
Servidor da Poesia,
Servidor de quem o serve,
Prolonga o canto da vida,
Enquanto a vida se escreve.
Norberto Ávila aconselha todos os que se querem dedicar à escrita, que essencialmente se debrucem sobre a leitura, lendo não só autores modernos mas também clássicos.
De momento encontra-se a escrever um romance. Ao mesmo tempo irá recolher alguns poemas soltos para mais tarde publicar o seu segundo livro de poesia e também escreverá mais alguns contos.
No teatro, escreve peças passadas nos mais diversos lugares e tempos históricos. Nos contos, inspira-se o mais possível na vida quotidiana actual.
“Norberto Àvila, bom conhecedor daquele segredo que faz da fantasia o melhor instrumento para descobrir a realidade” JOAN CASAS (Escritor catalão, tradutor de “As histórias de Hakim”.
Os meus agradecimentos ao Sr. Norberto Ávila pela sua simpatia, disponibilidade e felicitações por ser um marco de grande relevância na nossa Literatura Portuguesa.
Os meus agradecimentos ao Sr. Ruben Santos, Presidente da Casa dos Açores no Algarve pela sua disponibilidade e por nos ter proporcionado uma conversa exclusiva com o Sr. Norberto Ávila(www.norberto-avila.eu)
Arlete Fraga
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