I Jornadas Internacionais de Busca e Salvamento

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Realizou-se nos dias 11, 12 e 13 de Março as I Jornadas Internacionais de Busca e Salvamento no concelho de Loulé, pelas comemorações do Dia Internacional da Protecção Civil.

Cartaz_SalvamentoNa sexta-feira, dia 11 de Março, a sessão de abertura que deu início a estas jornadas teve lugar na Biblioteca Municipal de Loulé com palestras pelo Eng. Rui Graça da Protecção Civil, Major Costa Pinto do Grupo de Intervenção Cinotécnico da G.N.R., Dr. António Del Puerto da Equipa Cinotécnica de resgate Canino da Guardia Civil de Aragão e o Dr. Sérgio Sanz da Unidade de Resgate e Salvamento Canino de Aragão. O Adjunto de Operações Distrital da Autoridade Nacional de Protecção Civil Eng. Rui Graça, expôs uma apresentação sobre o Simulador de risco sísmico e tsunamis do Algarve, fruto de um estudo entre várias entidades nacionais colaborantes.

De acordo com a simulação, foram apresentados à audiência os dados mais optimistas e pessimistas sobre a realidade da eventualidade da ocorrência de um sismo ou tsunami na região do Algarve. Concluí-se inequivocamente que as áreas mais afectadas devido à densidade populacional e de edificado, seriam as de Quarteira, Almancil, Quinta do Lago e Vale do Lobo assim como Vila do Bispo. Estima-se ainda que em caso de da ocorrência de uma onda gigante, esta atingir valores entre os 6 e 8 metros. Salientou-se ainda a preciosa utilidade que teria, a existência de um sistema de avisos e alertas, que ajudaria a propagar e difundir o alerta o mais rápido possível.

O Grupo de Intervenção Cinotécnico da GNR (GIC) representado pelo Major Costa Pinto, evidenciou as potencialidades e limitações da utilização de binómios (cães) em situações de catástrofe, bem como o seu emprego operacional e procedimentos. Este grupo dá apoio em várias situações, tais como casos do papel-moeda, apoio criminal, busca de incendiários, apoio ao SEPNA, combate à imigração ilegal – entre outros – pois têm extraordinária eficácia, assim como em situações de catástrofe, devido à utilização do odor.

Foram apresentados critérios para a selecção dos militares que terão este tipo de tarefas, assim como a escolha dos cães sendo que a maior parte deles é adquirido no estrangeiro através de concursos públicos internacionais ou doações. O grupo tem actuado em países estrangeiros como a Turquia (1998), Argélia (2003), Irão (2003/2004), Marrocos (2005) e em Portugal, em Arcos de Valdevez (2000), Peso da Régua (2001), Entre os Rios (2001), Tua (2007), Caso Meddie (2007), entre outros.

A equipa de resgate canino de Aragão (URCA) explicou como funciona o sistema de trabalho da unidade e como a realidade é bastante diferente da que existe actualmente em Portugal, quer a nível de apoios como de reconhecimento. Por cada 800 habitantes existe um agrupamento de Protecção Civil e muitos dos materiais são cedidos pelos locais. Os especialistas da área são profissionalmente acreditados e reconhecidos, fornecendo a
próprias URCA um curso profissionalizante, homologado pelo Governo, com a duração de 6 meses.

A sua missão centra-se na busca e salvamento de pessoas de pessoas desaparecidas, demonstrando a grande vantagem da utilização dos binómios comparativamente com à do homem: na procura de um desaparecido na área de um hectare, uma equipa demora 70m enquanto o cão demorará estimadamente 10m até encontrar a vítima; em casos de grandes áreas florestais, 10 indivíduos demorariam 60m enquanto um cão demoraria aproximadamente 10m; numa situação de escombros, enquanto a equipa demora 45m um cão demorará 5m; entre outros.

A URCA tem ainda vindo a desenvolver imensos trabalhos de ajuda a catástrofes a nível internacional por países como Marrocos, Paquistão, Filipinas, China, Ilha de Java e muitos outros. Os cães são adestrados para enfrentarem situações extremas e o treino é a chave de preparação para uma missão bem sucedida que pode salvar muitas vidas.

No fim-de-semana prosseguiram-se os exercícios das equipas tendo como cenários grandes áreas e escombros em superfícies como a Rocha Amarela em Alte e a Pedreira BETADOR nos Matos da Picota.

Estas jornadas terminaram no domingo à tarde com o almoço de convívio e a entrega de diplomas. 

Sara Alves

 

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