Intro: Gostaria que o meu texto fosse lido pelo Gen. Ramalho Eanes cuja entrevista de ontem à noite me fez chegar as lágrimas aos olhos. Um Homem sério, mal-empregado no meio destas «coisas» que por aí se bandeiam armados em políticos.
A Europa é um Continente muito velho e desgastado que serviu de palco a um renascimento, a uma era de luzes que ainda não chegou a muitos recantos da Ásia, da América, da Austrália, da África nem se fala, mas é um pedaço de Mundo por onde já meio mundo passou e repassou desde os tempos mais remotos.
Como palco de tanta cavalgada está gasto, embora se tape daqui e destape dali, tal qual uma velha de cem anos com um queixo postiço, um nariz de plástico, umas ancas de silicone, uma figura que ao longe impõe respeito, mas que depois as artroses não permitem grandes passadas ou – lá se vai a anca.
Mas é uma velha teimosa, como quase todas as velhas e é comandada por uma chusma de outros tantos velhos teimosos e uns meninos com grandes olhos e hectómetros de diplomas que descobriram que a velhota é parva, está senil, está a rebentar pelas costuras mas quer mais aeroportos, mais comboios, mais gente que a sirva a baixo custo e para cúmulo dos cúmulos, a anciã julgou ter arcaboiço para mandar para a fundição todas as suas moedas e mandar cunhar o maior símbolo da sua usura – o Euro.
Quem pensam que somos? (pensaram os alemães e seus agora aliados). Uma nova moeda para todos! (Aqui tiro o meu chapéu aos ingleses!)
Como borregos encarreirados, puseram os joalheiros todos a fabricar – 0 euro – a grande joia que foi distribuída às carradas pelos patetas alegres que os esbanjaram nas mantinhas de retalhos que são todos os países europeus, velhos, gastos, cheios de ruas podres, casas a cair, cidadãos sem rumo, governantes sem jeito nenhum para governar. E deslumbrado desataram a comprar, estradas, barragens, túneis, pontes, tudo a dar com um pau (e tudo com «comissionistas» pelo meio). Sem falar no país que quase desfaleceu quando lhe faltou a santa batata mas esses deixaram as estradas de lado e – guiados pelo Tio Sam, armaram-se em Madoffs, encheram as terriolas de casas e os bancos de buracos.
Os europeus novos-ricos compraram tudo novo, portaram-se todos como uma família de grunhos a quem sai o euro-milhões e toca de acender o cigarro na nota, à ombreira da porta.
Os tugas, piores que as meretrizes de Boliqueime (a caminho da Guia, salve-seja), venderam-se ao quilo, abateram os seus barcos, abandonaram as suas parcas culturas, deixaram secar os laranjais, fizeram estradas e agora que se está a acabar o dem-dem andam a partir outras não sei para quê. Com os euros que pediram emprestados vão agora comprar a produção dos vizinhos ou morrem de fome.
O Euro subiu enquanto houve conveniência (moeda forte não atrai importação), pois até os parvos precisam de tempo para se convencerem dos milagres e agora aqueles senhores – os de sempre – os que fazem subir e descer as moedas, subir e descer as ações das empresas, disseram: basta!
Prenderam o Madoff mas depois aparece o San George Soros a explicar aqui aos jericos porque é que esta barafunda aconteceu. Soros, um benemérito dos que ao espirrar faz descer e subir as bolsas das Streets e das Cities (dantes ele era uma espécie de iô-iô das moedas)
Mas «prontes»!. A gente viu o senhor esparramado diante de uma janela de onde se via a Manhattan toda e abrimos as bocarras ignorantes. Que senhor tão esperto!
E agora, as inteligências pardas com os salários sem atraso Os Euro «deportados», fazem horas extraordinárias para ver como se irá resolver a fome desta camada de parvalhões que acreditaram numa Europa unida, interessada no amor fraternal entre os eurotontos e os eurosabichões. Para já os nórdicos loiros e de olhos azuis estão a decidiram com as outras Kampfs (a alemoa, o francês e o sueco) se nos vão mandar de volta para a cabana de onde nunca deveríamos ter saído. (Se calhar seria melhor comermos palha do que mmmmmm). Já estou a descambar para a falta de educação latina!!!! (Ainda acabo na fornalha).
O Mundo que interessa à finança não está na Europa, neste caco velho bêbedo de soberba.
A finança – com F de finança e outras coisas feias -, a máquina de fazer dinheiro está mais longe: na Ásia, na Índia, na China, em África, lá onde tudo se compra por coisa nenhuma, lá onde um homem é velho aos vinte anos porque aos cinco já trabalha de sol a sol. A Finança está nas mãos dos que mandam nos ainda-bárbaros que não sabem ler e não saberão tão cedo porque não interessa. A finança está nas fábricas onde se fabricam as peças dos computadores onde não há computadores, onde se fabricam as peças dos carros que os senhores de rique-xó vão encomendar aos milhões de seres que nunca terão um carro.
A finança está nos rostos desolhados para que na Europa e nos EU os cegos vejam, nos corpos mutilados para que rins, fígados e corações cheguem depressa aos doentinhos ricos desta sociedade sem escrúpulos e sem alma.
Mais não digo, mas muito há para dizer mas não convém a este mundo imundo e a esta velha manca e corrupta, pior que a Mme. de L’Óreal.