Conferência “Cidades Pela Retoma – Economia Urbana”

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A FARO 1540 realizou-se 6ª feira, dia 6 de Maio, no Salão Nobre da Sociedade Recreativa Artística Farense, a 3ª edição das Conferências “Cidades pela Retoma”. Veja as imagens deste evento, e oiça um resumo do que foi dito pelos intervenientes, aqui.

logofaro1540Desta vez, o tema foi a Economia Urbana, tendo contado com a presença de Renato Pereira, professor universitário e empresário na área da consultoria económica.

Perante uma plateia que novamente voltou a encher o Salão Nobre da Sociedade Recreativa Artisitca Farense, o orador convidado começou por referir que a Economia Urbana foca-se essencialmente na dimensão económica das decisões e dos aspetos  espaciais, estudando essencialmente fenómenos como o crescimento e declínio urbano; a Estrutura espacial urbana; a Dimensão ótima  de cidades; o uso urbano do solo; a localização intraurbana  das atividades  económicas e das residências familiares; a Política e preço do solo: o que explica a variação espacial do preço dos solos? o Transporte urbano; as Economias de aglomeração.

Foi consensual afirmar que a cidade é, hoje, a principal criadora de riqueza, sendo suficiente uma ínfima parcela do rendimento dos seus habitantes para assegurar as necessidades urbanas, que têm de ser satisfeitas com base em recursos não urbanos. As cidades nasceram e cresceram em locais cuja riqueza agrícola das redondezas as sustentavam e potenciavam na troca com outras regiões;

Por outro lado, a gestão é tida como uma área da atividade  humana que só tem razão de ser numa sociedade letrada e com uma vivência “urbana”, ainda que os seus habitantes possam residir no campo. Numa sociedade “arcaica”, a gestão não tem sentido, não é necessária, não resolve os problemas de segurança, de abastecimento de água e comida. Mas, numa sociedade altamente produtiva, com organizações complexas, que congregam centenas de trabalhadores, altamente especializados, sem gestão, não há como organizar de forma produtiva os recursos, gerando valor que sustente todos.

Os desafios atuais  das cidades passam por equilibrar o valor dos solos com a requalificação de centros degradados, o envelhecimento dos seus habitantes, o crescimento das periferias, a intensificação das necessidades de transporte pendular, saber atrair atividades  económicas geradoras de emprego e a sustentabilidade do conjunto, incluindo dos serviços coletivos  pagos pelos impostos.

Em relação ao Algarve, a evolução tecnológica e, pelo menos até muito recentemente, o baixo custo de transporte, colocou em causa o modelo de região em torno de um centro urbano, tornando viável viver mais longe e de forma mais difusa face ao centro e mesmo numa região policentrica. Acresce que as próprias atividades  económicas passam a poder localizar-se de forma menos concentrada face ao centro da cidade. Contudo, o Algarve é uma região, ainda assim, mais urbana que a média nacional.

Aproveitar o potencial do Algarve é promover o crescimento económico do país e se continuar-mos a agir desarticuladamente, estaremos num jogo de soma nula. Neste cenário, de facto, é cada um por si, a lutar em Lisboa, por mais umas migalhas, “roubadas” ao município vizinho.

Mas o Algarve tem potencial para alavancarmos o jogo e, ainda que nem todos ganhem em igual proporção, podemos todos ganhar mais se agirmos unidos.

Bruno Lages

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Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico

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