Dr. Hernâni de Carvalho trouxe a debate a ideia de que o principal perigo da internet é a ignorância dos adultos. Muitas vezes, explicava o jornalista, os pais descansam porque o filho está em casa e esquecem-se, ou desconhecem, que “um filho ligado à internet é um filho no mundo (…) não temos noção de que deixarmos o nosso filho sozinho no computador, fechado no seu quarto, é deixá-lo exposto a todos os perigos que nós conhecemos e mais uma data deles que não se sabe que existem”. A ignorância foi fruto de uma rápida evolução das novas tecnologias, mas o jornalista assenta que “mesmo não percebendo, temos de supervisionar” e que, como educadores, temos a obrigação de nos atualizar. Nesta sequência de ideias, o também cronista e escritor deixa uma crítica à iniciativa dos portáteis Magalhães, distribuídos pelo Governo, afirmando que se deram computadores a todas as crianças, sem ter em linha de conta que professores e pais não estavam preparados para os usar. O jornalista salientou ainda a importância de saber dizer não a um filho, relativamente ao uso das novas tecnologias, garantindo que, se não o fizermos “andamos a criar seres estranhos e perigosos (…) estamos a criar um psicopata em potência”.
A comunicação do Prof. Paulo Sargento incidiu nas vantagens da utilização da Internet, explicando que hoje é uma ferramenta a que não podemos dizer não, “dizer que não a um computador era a mesma coisa que dizer que não ao bloco e ao lápis aqui há uns anos”. O psicólogo defende que a resistência às novas tecnologias é também um perigo, “O meu filho nunca mexe no computador, é mais grave, do meu ponto de vista, do que o meu filho está sempre metido no computador”. Paulo Sargento sublinhou também, no entanto, que “há mais mundo para além das novas tecnologias” e que os educadores não devem esquecer-se disso.
O presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Dr. Francisco Amaral, encerrou a sessão alertando para a dependência da Internet, que tem vindo a crescer entre os jovens, rematando acerca do tema que “gostaria que as pessoas fossem donas de si”.
Fonte e foto: CMAlc
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