Desenhava muito acerca de transportes terrestres, marítimos, e dos aéreos riscava a fumaça dos jatos a expelir-se dos reatores. Da natureza, as flores eram complemento muito especial nas minhas emoções a representar.
Na escola, muitas vezes os desenhos feitos e pintados no papel, eram pedidos dos colegas. Um desses amigos, o Florival, encontrei-o cheio de juventude no passado mês de Setembro, na NexeMostra, a dançar ao toque do Rancho Folclórico de Santa Bárbara de Nexe, tão prestigiada Obra Cultural desta Freguesia.
Em chão de pó ou enlameado desenhar proporcionava-me um sentimento de liberdade. Lembrar esses momentos regozija-me. Compensava em ambiente de rígida educação. Por vezes onde havia espaço desenhava sem ” fim.” Há uns dois anos a prima Adília, recordou-me quanta estima eu tinha por esses desenhos. Para não serem apagados, rodeava-os com pequeninas pedras, para se desviarem deles.
Mas nem só o desenho jogar o berlinde era-me grande preferência. E correr, era por demais. Hoje não seria tanto dessa maneira. Telemóvel e outras visualidades da tecnologia tiram-me tempo. Muitos como eu tínhamos momentos que parecia-nos estar completos. O paraíso afigurava-se ao nosso alcance. Evidentemente que sempre é assim o pensar de juventude.
A propósito, fica bem lembrar que à medida que vamos conhecendo melhor o mundo, aparecem contrariedades a que não estávamos habituados, e erramos se pensamos que a vida è uma falha. Na minha opinião, nunca podemos esquecer que sonhar e ter inspiração, são fibra indispensável na vida.
Agora do meu lado por cá, com os ares da Primavera já de feição, como todos os anos, olho admiravelmente o renascer pela natureza. Os benefícios do retremente vai como quero, até porque não sou muito exigente. Andar ativo è uma prioridade, mas não a correr como outrora.
Ireneu Vidal da Fonseca
Massachusetts
U.S.A.