Neste momento ainda devem estar a ser contabilizados os danos e as possibilidades de recuperação que o edifício ainda possui, mas foram assinaláveis as perdas materiais sofridas no seu interior e na cobertura.
O palácio foi construído na segunda metade do séc. XIX pelo proprietário da fazenda em que se situa, (que na época se chamava Quinta da Esperança ou Fonte da Esperança), a grande figura louletana de então, o conselheiro Marçal d’Azevedo Pacheco (1847-1896), jurista, político de primeira linha do Partido Regenerador, deputado e par do Reino do nosso Liberalismo oitocentista, acérrimo defensor das causas louletanas e tio do futuro e igualmente famoso ministro das Obras Públicas do Estado Novo, o Engº Duarte Pacheco.
Foi erigido para morada principal da família do proprietário, mas acabou por ser pouco usado pelo mesmo, no final da sua vida, e foi aí que acabou mesmo por falecer a 17 de Abril de 1896.
A obra arquitetónica inspirou-se nas tendências românticas da época, que se concretizaram um pouco por toda a Europa em bucólicos palácios situados no campo e com notáveis preocupações estéticas, ao gosto e posse de cada um. Tinha as paredes e tetos artisticamente decorados, e muita incorporação de madeiras no seu espaço interior.
Tinha recebido importantes obras de recuperação nos anos 1980, mas entretanto o edifício estava a degradar-se constantemente. Há poucos anos tinha servido para uma atividade cultural do âmbito do programa Allgarve, onde provavelmente os louletanos em geral o tinham apreciado pela última vez.
Segundo consta era atualmente propriedade de um fundo financeiro inglês que esperava potenciar economicamente a propriedade, mas agora teremos de aguardar para ver o que se vai seguir para aquela que é seguramente uma das jóias arquitetónicas da nossa cidade.
Fonte: Associação Almargem