Nos dias 6 e 7 de março, representantes das cidades de Cracóvia (Polónia) e Ústi nad Labem (República Checa) estiveram em Loulé para uma visita e um “mergulho profundo” (deep dive) nos projetos em curso no Concelho de Loulé.
No âmbito do projeto europeu “Vital Cities”, rede europeia liderada por Loulé e constituída por 10 cidades, que visa a promoção de estilos de vida ativos e saudáveis no combate ao sedentarismo e fomento da coesão social.
Esta foi uma oportunidade para uma partilha de experiências mas também para uma melhoria das atividades levadas a cabo pelo Município de Loulé inscritos na filosofia da “Vital Cities”, através das propostas e sugestões apresentadas pelos parceiros polacos e checos e pelo leader expert, Twan De Bruijn.
Em Quarteira, o grupo de trabalho teve a oportunidade de ver no terreno as duas intervenções previstas. Nas Ruas Stuttgard e Coppingen, está já a ser criada uma zona de estacionamento e um espaço verde com equipamentos de outdoor fitness e espaço infantil que ficarão ao serviço da população, com o objetivo de estimular a atividade e a vida social.
Na zona envolvente à Abelheira e Amendoeira, os parceiros foram conhecer a área que será requalificada. A obra neste território será faseada e irá criar uma ligação entre os dois bairros, sobretudo a nível pedonal, que permitirá recuperar toda esta área para que a mesma possa ser usufruída em plenitude pela população, combatendo o isolamento físico e social do espaço.
Já em Loulé, o objetivo passa pela requalificação da envolvente ao Estádio Municipal, valorizando-a para a prática desportiva e abrindo-a a novas valências. Irá criar-se um espaço público que ficará, dentro dos horários de funcionamento do Estádio, disponível para o uso generalizado da população. Um dos pontos principais do projeto é criar uma nova solução para o muro do Estádio uma vez que este constitui uma barreira entre os bairros e arruamentos envolventes. Nesse sentido, o muro será retirado, criando-se uma nova barreira, com caminhos de passagem para a prática de corrida ou caminhadas, para além de um espaço de equipamentos para desporto informal e um espaço multiusos de jogos.
Para além das visitas aos locais que serão intervencionados em Loulé e Quarteira, análise e discussão dos projetos no sentido de melhorar os mesmos, através de novas ideias, o grupo de trabalho participou ainda num workshop de “Design Challenge”, no qual, de forma prática, teve a oportunidade de projetar ideias para os espaços.
A título de balanço, Hugo Nunes, coordenador a nível europeu do projeto, sublinhou o facto desta troca de experiências que aconteceu nestes dias encarnar bem o espírito do programa “Vital Cities”. Relativamente aos projetos em curso em Loulé e Quarteira, apresentados aos parceiros, este responsável considerou que, para além do conceito de inclusão e de promoção de um estilo de vida mais saudável e ativo, as intervenções irão possibilitar a requalificação de espaços urbanos em zonas deprimidas do ponto de vista urbanístico. “O primeiro ganho diz respeito à qualidade do espaço urbano mas este irá transferir-se, esperemos nós, num ganho que diz respeito à atratividade das pessoas aqui se possam juntar e fazer atividades, aproveitando o espaço requalificado”, considerou.
A cerca de um ano do fim do projeto “Vital Cities”, Hugo Nunes considera que “ass cidades começam todas a perceber que têm problemas semelhantes, defrontam-se todas com os mesmos desafios e que estão a seguir caminhos muito parecidos, com várias nuances”.
Por seu turno, Tiago Guadalupe, coordenador local, fez um balanço “extremamente positivo” deste encontro. “Temos aprendido bastante pois tem permitido que Loulé se aperceba e tenha contacto com aquilo que é feito ao nível europeu, e quais as novas tendências pois o mundo está em constante mudança”, afirmou.
Da parte das delegações polaca e checa que visitaram o Concelho, esta foi igualmente uma experiência enriquecedora. “Foi muito interessante ver que locais diferentes têm problemas similares. Por exemplo, tanto aqui como em Útí existe uma minoria problemática e os sítios onde essas minorias vivem são muito semelhantes. Estamos aqui para aprender uns com os outros e para melhorar as condições na vossa cidade e na nossa cidade. É uma boa abordagem o facto dos políticos de Loulé quererem fazer alguma coisa em relação a estas situações pois, caso contrário, não seria possível alcançar os objetivos”, considerou o checo Jakub Dubisar.
Da comitiva polaca, Sebastian Gryglaszewski, que esteve em Loulé em novembro de 2015, aquando do primeiro encontro das “Vital Cities”, salientou os bons programas na área da inclusão social em Loulé o que não existe na Polónia. “Esta cidade tem excelentes soluções para a inclusão social através do desporto e vamos levar daqui muitas soluções para Cracóvia”, adiantou.
Por seu turno, Twan De Bruijn, lead expert, considerou que as cidades da rede têm todas o mesmo tipo de desafios, apesar da singularidade em termos culturais, de tradição e dos valores democráticos, pelo que as respostas, em cada caso, serão necessariamente diferentes. “Estes são os primeiros passos para que as cidades se tornem ativas ou vitais. Estão num caminho que não sabem quando vai acabar mas que tem por objetivo tornar os seus cidadãos mais ativos no dia-a-dia”, explicou.
Refira-se que este constituiu um dos 10 encontros transnacionais em que cada cidade será anfitriã por dois dias, de outros dois parceiros da rede, para troca de experiências e análise dos projetos locais. Ainda este mês, representantes louletanos vão estar em Cracóvia e em abril o destino será o 13º Distrito de Budapeste, na Hungria.Fonte: GECI da CM de Loulé