Células Estaminais no Tratamento de Fraturas Ósseas

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Uma equipa de investigadores está a desenvolver um ensaio clínico, em colaboração com 20 hospitais europeus, para avaliar a segurança e eficácia da utilização de células estaminais, extraídas da medula óssea, no tratamento de fraturas de ossos longos.

 

O projeto, designado Orthounion, conta com o financiamento de cerca de 6 milhões de euros da União Europeia e está a ser liderado pelo Hospital Universitário La Paz, em Madrid, envolvendo ainda centros da Alemanha, França e Itália.

As fraturas ósseas são lesões muito comuns, que podem levar, dependendo do tipo e severidade, à necessidade de intervenção cirúrgica. Habitualmente, os tratamentos ortopédicos convencionais promovem com sucesso a regeneração espontânea do tecido ósseo, no entanto, em cerca de 5 a 10% dos casos, o osso não consegue regenerar sozinho, o que leva os doentes a enfrentar situações dolorosas e incapacitantes. Atualmente, na Europa, o osso é o segundo tecido mais frequentemente transplantado, a seguir ao sangue, com cerca de 1 milhão de intervenções anualmente. 

“Em determinadas fraturas dos ossos longos existe a necessidade de proceder a um enxerto ósseo autólogo (autoenxerto), em que é retirada uma porção de osso do próprio doente e depois colocada no local da lesão. No entanto, esse procedimento está associado a dificuldades de ordem técnica, como a disponibilidade limitada de osso que pode ser retirado e a própria acessibilidade ao local de colheita. Além disso, em algumas situações, mesmo recorrendo ao autoenxerto, não se consegue uma consolidação óssea completa, o que diminui consideravelmente a qualidade de vida dos doentes. Face a isso, é com grande expetativa e entusiasmo que a comunidade médica encara este projeto de investigação, uma vez que pode representar uma verdadeira revolução terapêutica na abordagem clínica a estas lesões”, explica Bruna Moreira, Especialista em Células Estaminais e Investigadora no Centro de I&D da Crioestaminal.

O ensaio clínico europeu pretende confirmar os resultados preliminares, que indicam que células estaminais derivadas de medula óssea podem constituir um tratamento alternativo, seguro e eficaz, para fraturas de ossos longos, sem haver necessidade de efetuar um autoenxerto, ou quando este procedimento não é bem-sucedido. As células estaminais são extraídas da medula óssea do próprio doente, sendo, seguidamente, cultivadas em unidades especializadas para produção de produtos de terapia celular. As células expandidas são implantadas conjuntamente com um material biocerâmico, diretamente no local da fratura, promovendo a regeneração do tecido ósseo lesionado.

Sobre a Crioestaminal

A Crioestaminal, fundada em 2003, foi o primeiro banco de criopreservação em Portugal, sendo o maior da Península Ibérica e o quarto a nível europeu. Sediada no Biocant – o maior parque de Biotecnologia português, emprega mais de 80 colaboradores e tem presença em quatro países da Europa (Portugal, Espanha, Itália e Suíça). É o único banco ibérico acreditado pela AABB (American Association of Blood Banks), sendo um dos mais influentes e inovadores bancos de células estaminais do cordão umbilical do mundo. Tem mais de 70 mil amostras recolhidas e criopreservadas desde a sua fundação, sendo o player em Portugal com o maior número de amostras resgatadas e transplantes realizados, com 13 utilizações em oito crianças. Promove um trabalho de referência na terapêutica com células estaminais, com quatro patentes internacionais registadas e vários projetos de investigação em curso. Investe, anualmente, cerca de 10% do seu volume de negócios em Investigação & Desenvolvimento.

Fonte: Atrevia

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