A cal é um material com características muito diversas – limpa, preserva, reforça e embeleza as paredes. Para os que a usam ou usaram constitui também um elemento importante de ligação à casa, à família, às lembranças – o tempo de caiar, a cal derregada e cuidadosamente preservada para usar ao longo do ano ou no ano seguinte, as camadas de cal sobrepostas, como um substrato arqueológico auto-criado.
Partindo da cal e da tradição da caiação, um grupo de oito artistas – Ângelo Gonçalves, Ana Celorico Machado, Catarina Nunes, Gustavo Jesus, João Couto C., Leonor Morais, Sofia Trincão e Susana de Medeiros – dá a ver um conjunto de intervenções temporárias no centro histórico de Aljezur nos dias 8 e 9 de Abril (Sábado e Domingo).
As obras estarão expostas em As intervenções irão concretizar-se em diferentes médiums – vídeo, performance, escultur
João Couto C. irá apresentar o seu filme sobre a Cal- Da tradição guardo as brasas mas não as cinzas – no Museu Antoniano às 15h30 de Sábado e de Domingo, seguindo-se uma conversa com o artista. As sessões de visualização do filme serão às 11h30 e 12h30, sem a presença do artista, durante os dois dias.
No Sábado, dia 08 de Abril, às 17h30, Ângelo Gonçalves irá apresentar a sua peça performativa no miradouro na Rua de Lisboa (ao lado da Padaria, perto do Museu Municipal).
Catarina Nunes criou peças de cerâmica nas quais podemos podemos intervir com cal congelada.
Sofia Trincão fascinada pela passagem do tempo e pelas múltiplas camadas que se sedimentam formando uma “pele” protectora nas paredes à medida que estas recebem a cal, desenvolveu um trabalho de intervenção numa ruína dando-lhe uma nova vida através da caiação.
Gustavo de Jesus apresenta-nos um conjunto de esculturas (vidro e metal) que apesar de poderem ser lidas de forma autónoma formam um todo.
Leonor Morais teceu relações efémeras com objectos e desenhos no espaço.
Susana de Medeiros desenvolveu uma instalação que tem como ponto de partida a relação da cal com as árvores – estas também são caiadas- interessando-se pela a forma como lemos a paisagem à nossa volta sem no entanto reflectirmos sobre o seu equilíbrio interno.
Ana Machado desenvolveu intervenções em diferentes locais mas que remetem uns para os outros.
O mapa do percurso que sinaliza os locais onde as obras estão montadas pode ser levantado no Museu Antoniano das 11h00 às 17h00.
Cal Viva é um projecto de Susana de Medeiros, Conceição Gonçalves e Ana Celorico Machado da Associação Tertúlia que integra o Programa 365 Algarve com o apoio da Camara Municipal de Aljezur e da da Junta de Freguesia de Aljezur. A Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur também colabora neste projecto.
A primeira parte do projecto realizou-se em Março integrando um conjunto de Conversas/Encontros em torno da Cal com a participação de vários convidados, a realização de uma caiação colectiva e a residência artística de criação.Fonte: Tertúlia-Ass.Socio Cultural de Aljezur