Silves | “Dia do Município” reuniu Personalidades de diversas Áreas

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Dia Mun Silves

O Salão Nobre dos Paços de Concelho de Silves foi pequeno para acolher todos os participantes em mais uma sessão solene de comemoração do “Dia do Município”, que decorreu ontem, dia 3 de setembro.

Perante diversas personalidades provenientes de várias áreas, de vários atletas e dos representantes de instituições, a Presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, salientou a importância da data, que assinala um passado importante e que revela a convivência entre várias culturas e religiões neste território. «Uma das marcas, aliás, que permanece na nossa identidade é, de facto, a capacidade que temos de acolher, de partilhar o nosso espaço, de sermos capazes de viver com o que é diferente, de assimilá-lo e torná-lo nosso, transformando-o à nossa imagem e semelhança», destacou a autarca, salientando, no seu discurso, que «o futuro e o desenvolvimento são alavancados no passado, naquilo que nos identifica e nos distingue» e que «para nos afirmarmos de forma sustentada» será necessário «criar uma cidade, um concelho que nos agrada e que agrada a todos, que nos faça felizes e nos leve a partilhar essa felicidade».

Rosa Palma deu grande importância ao facto de o sucesso de cada um ser o sucesso de todos, afirmando que «coletivamente agimos e as nossas ações têm repercussões, ou seja, trabalhamos individualmente para o nosso sucesso, mas o nosso sucesso afeta os outros e todos os nossos sucessos, em cadeia e solidários, permitem-nos atingir o crescimento e o progresso». A edil defendeu, mesmo, que «todas as ideias e opiniões – mesmo as que não coincidem com a nossa e se transformam em críticas – têm valor e são pequenos tijolos que colocamos no tal caminho rumo à criação da cidade, do concelho onde todos podemos ser felizes». E salientou que a metodologia usada pela sua equipa de trabalho foi a de promoção do «estabelecimento de laços entre todos, o desenvolvimento de estratégias que permitissem a realização de trabalho em rede, quer internamente, quer externamente, pois acreditamos que o desenvolvimento deste tipo de estrutura fortalece a qualidade dos produtos realizados e potencia a inclusão».

Nesse sentido, e porque «o sucesso individual é o sucesso de muitos, porque nos afeta de algum modo ou porque nos motiva e serve de exemplo na graduação do nosso esforço e empenho», no “Dia do Município”, explicou a Presidente da Câmara, a autarquia distingue diversas personalidades e atletas que «são exemplos daquilo que queremos que possa existir cada vez mais na nossa cidade, no nosso concelho, para o engrandecer e levar mais longe, no país e no mundo», pessoas que «trabalharam com grande empenho para melhorar o nosso território, ficando, aos nossos olhos, como marcas de sucesso, do sucesso que desejamos e sonhamos para todos».

Assim, foram atribuídas algumas distinções a várias personalidades:

Na área AGRÍCOLA: Joaquim Mourinho

Na área EMPRESARIAL: Rui Vieira Guerreiro

Na área CULTURA E PATRIMÓNIO – ASSOCIAÇÃO CULTURAL E MUSICAL: Rancho Folclórico de Messines

Na área CULTURA E PATRIMÓNIO – TEATRO: Maria Luisa Anselmo

Na área CULTURA E PATRIMÓNIO – LITERATURA E INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA: João Vasco Reis

Na área SOCIAL: António Brito, bombeiro da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Silves e José Joaquim Beijinha, bombeiro da Corporação dos Bombeiros Voluntários de SB Messines.

Foram, ainda, distinguidos mais de 150 atletas, pelas suas conquistas individuais e coletivas, em áreas tão diferentes como o Atletismo, a Ginástica, a Ginástica Adaptada, o Andebol Adaptado, a Capoeira, o BTT, a Natação, os Dardos, o Futsal, o Jujitso e a Ornitologia, atletas que representam coletividades do concelho de Silves ou que, a título individual, participaram em provas internacionais, nacionais e regionais, tendo alcançado lugares de pódio.

Do mesmo modo, procedeu-se, durante a sessão solene, à assinatura de um protocolo com a Federação Portuguesa de Natação, através do qual a autarquia passa a integrar o “Programa Portugal a Nadar”. Este visa a promoção, divulgação e desenvolvimento da natação, em todas as suas disciplinas e, Rosa Palma acentuou, mais uma vez, ser desejo da autarquia «trabalhar em conjunto com todos os que nos possam trazer algo de novo e bom para a felicidade dos silvenses», tendo sido essa a razão para a inclusão deste gesto nesta cerimónia.

O “Programa Portugal a Nadar” abrirá portas à autarquia, no sentido de se estreitarem laços com a Federação Portuguesa de Natação, representada na cerimónia pelo seu Vice-presidente Alexsander Ramos Esteves e com a Associação de Natação do Algarve, representada pelo seu Presidente Alexandre Escudier Agostinho. Formação contínua para os seus técnicos, bem como a calendarização dos estágios das seleções nacionais em todas as suas disciplinas; desenvolvimento dos projetos no concelho, disponibilizando conteúdos de interesse para a promoção e desenvolvimento da natação e das várias disciplinas e a possibilidade de a Escola de Natação de Silves vir a integrar o processo de certificação da qualidade da Federação, são algumas das ações que estão previstas no âmbito deste protocolo, que se torna agora efetivo e irá beneficiar a comunidade desportiva do concelho.

SOBRE OS HOMENAGEADOS:

Joaquim Mourinho, que nasceu no Sítio dos Medeiros em Silves, em 1952.

Após o cumprimento do serviço militar em África e depois de ter já experimentado outras atividades profissionais, ligadas à indústria corticeira e à construção civil, resolveu dedicar-se à agricultura. Picado pelo bichinho das culturas tropicais, primeiro foi rendeiro e aos poucos adquiriu os cerca de 90 hectares de terra que hoje cultiva. Abacates, citrinos, diospiros e romãs são as culturas que desenvolve e que, co grande qualidade, promovem o concelho dentro e fora de fronteiras.

Bem-disposto, alegre, amante das tradições e dos costumes locais, está disponível, todavia, para abraçar todas as inovações que possam trazer melhorias e benefícios à sua atividade e à dos demais agricultores. Por isso, foi um dos primeiros a aderir à marca Silves Capital da Laranja.

Rui Vieira Guerreiro, natural de Silves e nascido no dia 29 de dezembro de 1950.

Oriundo de uma família humilde e trabalhadora, estudou em Silves e trabalhou numa fábrica de cortiça dos 12 aos 15 anos, mas aos 16 anos passou a desempenhar funções na hotelaria, na “Marisqueira Central”, em Quarteira, onde apanhou o gosto pelo negócio do ramo do marisco.

Depois de cumprido o serviço militar, regressa a Silves, onde passa a trabalhar no Restaurante “O Catarino”, mas em 1975 estabeleceu-se com a “Casa de Petiscos e Mariscos Rui”, na Rua Nobre de Oliveira, junto ao Cinema. Em 1977, todavia, ou seja, há 40 anos, abriu a “marisqueira Rui” que todos conhecemos, que se situa na Rua Comendador Vilarinho.

Ao longo deste tempo foi crescendo, quer na qualidade e quantidade da clientela, como na ampliação das instalações da área comercial, escritório, armazéns e, sobretudo, equipamento hoteleiro, frio, aquários. Em 1991 abriu de raiz a única unidade hoteleira da cidade de Silves – a “Albergaria O Solar dos Mouros” – que foi um acontecimento da maior importância, tendo contribuído para a criação de mais postos de trabalho.

Em consequência da crise que passou a sentir-se no país e nomeadamente no Algarve, foi forçado a negociar o seu hotel em 1995, passando o mesmo a designar-se “Hotel Colina dos Mouros”, sendo explorado por outra empresa.

Ao longo dos anos tem tido a ajuda da esposa, Madalena Guerreiro e também do filho, Sérgio David e após este tempo afirma-se feliz e com algum tempo para o seu papel de avô!

Rancho Folclórico de Messines, fundado a 5 de outubro de 1976.

Esta instituição iniciou, em 1981 e sob a orientação do seu diretor de então, Orlando Frade, uma figura determinante para a história da instituição, um trabalho de recolha e pesquisa dos usos e costumes, danças e cantares, do traje, artesanato e gastronomia junto das gentes da serra ao barrocal, tendo reaparecido então com trajes da época compreendida entre 1880 e 1920, entre os quais se destacam os trajes dos noivos, de ir à missa, de ir à feira, os trajes domingueiros e diversos outros de camponeses.

Os cantares de trabalho, os corridos, marcadinhas, valso rasteiro, os bailes de roda em despique, encadeados, mandados e ainda o estravanca são as danças que o grupo apresenta habitualmente e que animavam, noutros tempos, os bailes espontâneos aos domingos, dias festivos e em alguns trabalhos agrícolas (desenroupadas, desensabugadas, fiadas, ceifas e debulhadas).

Este Rancho tem, ao longo dos seus 40 anos de existência, atuado no Algarve e em Festivais Nacionais e Internacionais, tendo passado por países como França, Espanha, Itália, Estados Unidos da América, Alemanha, Holanda e Marrocos, sempre a levar o nome do concelho de Silves e as suas tradições.

Para além disso, tem desde 1994 uma Escola de Folclore, que permite a existência de um Rancho Infantil, facto decisivo no trabalho de preservação e perpetuação destas tradições e conhecimentos.

Maria Luisa Anselmo, que é natural de Portimão, nascida em 1925. Licenciada em Direito, conta que foi por, «em dado momento dos 18 anos, ter sido operada, e anestesiada, ao acordar ter ouvido homens a cantar, mas que lhe soou triste lamento. E chorou, firmando em si, para ajudar quem assim sofresse, o desejo de ser advogada». Nessa altura, tinha apenas a quarta classe. E, continua a contar, «depois, de incríveis dificuldades, conseguiu, e em si ficou o desejo da sociedade ser melhor para todos, ser justa para cada um».

Candidata pelo Bloco de Esquerda à Câmara de Silves em 2001, foi durante largos anos diretora do Grupo de Teatro A Gruta, de Silves, da Sociedade Filarmónica Silvense.

Dirigiu depois o Grupo de Teatro da Associação Amigos da Barragem do Arade – ASSABA.

Escreveu várias peças de teatro, diversas delas representadas. Foi colaboradora permanente do jornal Terra Ruiva entre 2000 e 2016.

João Vasco Reis, que nasceu em SB Messines, a 19 de setembro de 1963.

Licenciado em História e investigador nesta área, tem publicados mais de 20 livros, estando o último preparado para lançamento e dizendo, respeito ao património religioso do concelho vizinho – Lagoa. A história e o património religioso são temas que o apaixonam, constituindo o ensaio o género literário que privilegia. Todavia, também já publicou poesia e fez ilustração, revelando grande versatilidade e interesses.

Outra das suas paixões, a que está ligado desde muito jovem, é o escutismo, tendo sido membro do Agrupamento 181 de Silves e desempenhado várias funções diretivas na cúpula do Corpo Nacional de Escutas – Movimento Escutista Católico Português. Integra, no presente, o Agrupamento 1331 – São Vicente, dos Escutas Marítimos de Carvoeiro (Paróquia de Lagoa). Também sobre este tema tem obra publicada, na área da investigação histórica

António Brito, bombeiro da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Silves e José Joaquim Beijinha, bombeiro da Corporação dos Bombeiros Voluntários de SB Messines.

Ambos dedicaram abnegadamente, longos anos das suas vidas ao serviço destas instituições e, sobretudo, das populações, que, em diversas situações de risco – acidentes, incêndio, apoio à saúde, entre outras – beneficiaram da sua disponibilidade e generosidade.

Ao distinguir estes dois bombeiros, distingue a autarquia todos os demais membros destas corporações que desde a sua fundação têm levado a esperança a muitos que sofrem, transformando-se em verdadeiros anjos da guarda das nossas populações e aceitando o sacrifício próprio, para o benefício de todos.Dia Mun SilvesFonte: GIRP do Mun Silves

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