Baseando-se nos últimos dados da GNR, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) anunciou, esta quarta-feira, que, no ano passado, morreram 61 pessoas ao volante destas viaturas.
Entre 2013 e 2017, morreram em Portugal 358 pessoas em acidentes com tratores o que, para o secretário-geral da Confagri, Francisco Silva, “é uma fatalidade que seria evitável”.
Na sua opinião, o número elevado de mortes poderia não se registar “se a sociedade, em geral, e a comunidade agrícola, em particular, tomassem consciência desta problemática e assumissem o compromisso de mudar comportamentos, adotando uma atitude responsável, de forma a contribuir efetivamente para a diminuição da sinistralidade em ambiente agrícola”.
Muitos dos acidentes ocorreram com viaturas desprovidas do chamado “arco de Santo António”, uma estrutura que é considerada fundamental para proteger o condutor do trator agrícola em caso de desastre.
Por isso, Francisco Silva sublinha a importância de a Confagri insistir em sessões de esclarecimento como a que se vai realizar na sexta-feira, em Tabuaço.
“É urgente sensibilizar e contribuir para a formação dos agricultores, promovendo as boas práticas no exercício da profissão, para melhorar a segurança na utilização das máquinas e veículos“, considera.
A sessão de esclarecimento é realizada em colaboração com a Associação de Desenvolvimento Integrado Vale do Távora (ADIVAT) e a Caixa de Crédito Agrícola de Vale do Távora e Douro, e tem como tema “Prevenção de acidentes agrícolas com tratores e máquinas agrícolas. Formação obrigatória”.
“Tendo em conta que os acidentes com tratores e máquinas agrícolas têm uma prevalência elevada e que a sua gravidade se mostra fatal numa grande percentagem das ocorrências na região, sentimos que é de especial relevância o alerta e a informação dos nossos associados quanto a esta temática“, justifica o presidente da ADIVAT, João Ribeiro.
O objetivo da sessão é alertar para os riscos inerentes à condução de tratores e máquinas agrícolas e aconselhar sobre as formas de prevenir os acidentes de trabalho que resultam dessa atividade, que é a principal causa de morte no setor.
De acordo com o decreto-lei n.º 151/2017, de 07 de dezembro, é obrigatório que todos os condutores de tratores da categoria 2 e 3, para além da habilitação legal para conduzir, tenham formação adequada para a operação com veículos agrícolas.
Fonte: DRAPAlg