O funaná de Bitori feat Chando Graciosa (Cabo Verde), a multisonoridade dos Tribali (Ilha de Malta) e a fusão alternativa dos Metá Metá (Brasil) são mais três confirmações para o 15º Festival MED, a poucos dias da apresentação do cartaz oficial do evento.
Depois de Sara Tavares, Bitori feat Chando Graciosa é mais um dos nomes de Cabo Verde que vai subir ao palco do MED em 2018. Ao longo das últimas cinco décadas, estes foram dois de entre os vários artistas que transformaram o funaná num fenómeno dançante que saltou as fronteiras de Cabo Verde,
Nome maior do funaná – principalmente depois da respeitada editora Analog Africa ter ressuscitado o seu álbum “Bitori Nha Bibinha”, editado quase de maneira secreta em 1997, e o ter reeditado em 2016 com o título “Legend of Funaná”, com enorme e global aplauso da crítica e do público, agora com oitenta anos, Bitori tem uma vida pública dedicada à música – como acordeonista e compositor –, ao seu ensino. Ao seu lado na gravação do álbum de 1997 estava o cantor Chando Graciosa (que também toca ferro). O mesmo Chando Graciosa que depois emigraria para a Holanda – e que viria a ter uma carreira musical de enorme sucesso – mas que é agora presença fiel nos seus concertos e na gravação do novo álbum de Bitorio. Um trabalho que continua a dar expressão ao funaná tradicional, cru, celebratório, sincrético e, igualmente, arma de protesto e de rebelião camponesa. Uma lenda (viva) está a chegar a Loulé.
Com uma atuação surpreendente e entusiástica na apresentação do 14º Festival MED, em maio de 2017, no Cine-Teatro Louletano, desta vez os Tribali viajam da Ilha de Malta para pisar o palco do Festival. Este coletivo de contagiantes músicos que aposta numa linguagem de fusão de géneros musicais (world music com dança, rock, reggae, ska e blues) e de instrumentação que tem feito furor junto dos muitos fãs e multidões que os têm acolhido em inúmeros festivais um pouco por toda a Europa e não só. Diversidade, energia, surpresa, experimentalismo e festa são os ingredientes que os viajantes Tribali vão trazer a Loulé para incendiar os seguidores das sonoridades do mundo, dando assim o melhor mote para a edição de 2018 do MED. Provenientes da Republica de Malta, têm surpreendido pela miscelânea improvável de instrumentos Desde a citara ao didgeridoo passando pelas guitarras elétricas e estridentes intrincadas com guitarras acústicas, precursões frenéticas sublinhadas por vozes hipnóticas que nos transportam pelo caleidoscópico mundo de Tribali. A Songlines atribuiu ao recente álbum uma classificação de 5 estrelas, recebendo ainda grandes elogios de vários jornalistas.
Do Brasil para Loulé, Metá Metá foi criado em 2008 e é formado por Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (compositor e viola) e Thiago França (compositor e saxcofone). Ao longo da carreira lançaram quatro discos de estúdio: Metá metá (2011), Metal metal (2012), MM3(2016) e Gira (2017), trilha sonora do espetáculo do Grupo Corpo. O álbum MM3, de 2016, chegou a ser indicado ao Grammy Latino de Melhor álbum de rock ou alternativo em língua portuguesa.
Formado a partir de diferentes experiências dos seus elementos, Metá Metá tornou-se um dos nomes mais aclamados dos últimos anos na música brasileira – pelo menos aquela fora do grande mercado. O grupo paulista mescla sonoridades de música brasileira e africana, com outras influências, nomeadamente jazzística e do rock. O lançamento digital de “Metá Metá” aposta na integração entre música e imagem e traz vídeos assinados por convidados.
Recorde-se que a apresentação do cartaz oficial do 15º Festival MED acontece já no próximo sábado, 26 de maio, pelas 21h30, no Cine-Teatro Louletano, numa noite que contará com um concerto de Omiri.
Fonte: GAP da CM Loulé