Os ofertórios das missas dos dias 18 e 19 de agosto destinar-se-ão a apoiar vítimas carenciadas do incêndio que assolou a região do Algarve, nomeadamente nos concelhos de Monchique, Silves e Portimão.
O Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, em reunião tida em Monchique com a Vice-Presidente da Câmara de Monchique Arminda Andrez, o pároco da Paróquia de Monchique Pe Tiago Veríssimo, o presidente da Junta de Freguesia local, José Gonçalo da Silva, e o presidente da Cáritas Diocesana do Algarve,tomou a decisão, que já foi comunicada a todos os Párocos da Diocese e será comunicada às comunidades neste fim-de-semana.
«Estou certo de que esta decisão corresponde ao sentir, não só do povo cristão algarvio, mas também de quantos nos visitam em tempo de férias e têm acompanhado, com sentimentos de grande solidariedade, o sofrimento dos mais diretamente atingidos por este incêndio de proporções tão devastadoras», afirmou o Bispo do Algarve.
O valor angariado nestes peditórios será gerido unicamente pela Cáritas da Diocese do Algarve, juntando-se a verba disponibilizada pela Cáritas Portuguesa e por outras Cáritas Diocesanas. Todos os donativos deverão ser feitos através do IBAN PT50 0010 0000 2271 5720 1085 0, conta da Caritas da Diocese do Algarve exclusividade destinada à ajudar as vitimas do incêndio que afectou os concelhos de Monchique, Silves e Portimão. O valor angariado servirá para fins que os programas do Estado e outros oficiais não contemplem, tendo como destinatários os mais necessitados destas áreas assoladas pelos fogos, complementando, assim, a ajuda que virá de fundos oficiais.
O programa ‘Porta de Entrada’, por exemplo, criado pelo Estado depois do incêndio de Pedrógão, não contempla nas suas rúbricas de apoio os equipamentos para as casas destruídas e essa poderá ser uma das ações promovidas pela Cáritas com as verbas que estiverem disponíveis. Carlos Oliveira, Presidente da Caritas algarvia disse ter comunicado à Câmara Municipal de Monchique a disponibilidade para «atuar imediatamente» sem «formalismos e burocracia», tal como aconteceu nos fogos de 2003, após os quais ajudaram na reconstrução de 12 casas no concelho de Monchique e uma no de Portimão. Eletrodomésticos, mobiliário, equipamentos de rega, alfaias agrícolas e colmeias também poderão constar dos apoios garantidos por esta instituição da Igreja Católica, como forma de apoiar o renascimento económico e o esforço de quantos necessitarão de retomar as suas atividades profissionais.
O Bispo do Algarve havia estado em Monchique aquando da tomada de posse do novo pároco, no dia 4 de agosto, dia em que os fogos já tinham iniciado, mas depois disso, por terem sido bloqueados os acessos à vila, não pode deslocar-se novamente a Monchique. Apesar disso, manteve-se em contacto próximo e diário com os responsáveis da paróquia.
Nesta ocasião aproveitou para visitar o quartel dos Bombeiros locais e para perceber o trabalho desenvolvido pelo Agrupamento do Corpo Nacional de Escuteiros desta localidade.
«Estou certo», afirmou D. Manuel Neto Quintas, «de que o povo de Monchique, tão generoso em apoiar quantos passam por situações de necessidade, um povo de “mangas sempre arregaçadas”, saberá, mais uma vez e com a ajuda de todos, renascer das cinzas e curar feridas abertas sobre cicatrizes anteriores, “gerando” uma nova serra de Monchique, que continue a ser o seu orgulho e o seu “celeiro”, espaço natural aprazível para todos».
Na quinta-feira à tarde, dia 9 de agosto, o prelado esteve no Portimão Arena para contactar com a presidente da Câmara Municipal Isilda Gomes e visitar os desalojados que para ali foram evacuados.
Fonte: Diodese Algarve