Realiza-se no próximo domingo, dia 16 de dezembro, pelas 16h00, na Igreja S. Pedro do Mar, em Quarteira, o tradicional Concerto de Natal da Orquestra Clássica do Sul. Dirigido pelo Maestro Rui Pinheiro, este momento musical contará com a participação da soprano Ângela Silva.
Do programa fazem parte três nomes maiores da música: J.C. Bach (Sinfonia em Ré maior W.XC 2), Mozart (Exultate Jubilate) e J. Haydn (Sinfonia nº 103 “Rufo de Timbales”).
A Sinfonia em Ré maior, WXC 2 de J. C. Bach faz parte de um dos conjuntos de sinfonias mais originais do compositor. Divide-se em três andamentos, Allegro di Molto, Largo e Presto. A forma e o conteúdo desta sinfonia é um dos melhores exemplos do Sturm and Drang, para além das obras de Haydn, e inclui igualmente motivos e excertos que nos remetem para Mozart. Uma das particularidades desta obra é a utilização, no andamento Largo, das duas flautas com a secção dos instrumentos graves da orquestra, que resulta numa sonoridade invulgar. Em suma, apesar do modesto material musical utilizado, a arte e criatividade de J.C. Bach conseguiu deixar-nos uma belíssima obra!
Exsultate Jubilate é um motete, composto em 1773. De cariz religioso, este motete foi escrito durante o período milanês do compositor. W.A. Mozart estava em Milão para acompanhar a produção da sua nova ópera “Lucio Silla”, cujo protagonista era o talentoso castrato Venanzio Rauzzini. Depois de conhecer esta bela voz, Mozart escreve e dedica-lhe este Exsultate Jubilate. A estreia aconteceu a 17 de janeiro de 1773, na Igreja de Theatine. Mais tarde, por volta de 1780, Mozart fez uma revisão da obra, sendo que hoje em dia, a obra é cantada por uma voz feminina de soprano. Embora seja uma peça para uso litúrgico, é uma obra com muitas semelhanças com as árias de concerto e de ópera do compositor, tanto na sua estrutura como no seu conteúdo musical. O texto fala-nos do exultar da alegria e felicidade, terminando com um exuberante “Alleluia”.
Haydn é o iniciador de uma nova fase na história da música e possuidor de uma rara inteligência musical. Em 1761 deu-se um acontecimento decisivo para Haydn: foi contratado pelo príncipe Paulo António Esterházy onde pôde trabalhar numa corte que pretendia rivalizar com Versalhes. Haydn tornou-se uma figura indispensável como diretor musical e tinha uma orquestra à sua disposição. Haydn é o primeiro nome da tríade clássica seguido por Mozart e Beethoven. As suas últimas sinfonias, compostas durante a segunda estadia em Londres, são mais complexas: com um naipe instrumental diverso, com a utilização de novos timbres e percussão. No tempo de Haydn, as suas sinfonias tinham títulos, pois não estavam numeradas. A que ouvimos hoje chama-se “O Rufo dos Timbales” porque começa precisamente com o rufo de timbales.
Fonte: GAP da CM Loulé