O Paço Episcopal da Diocese do Algarve – um dos edifícios mais representativos da Arquitetura Chã no Algarve – abrirá ao público para visitas a partir do próximo dia 11 de abril. A cerimónia de abertura terá lugar às 18h30.
Esta decisão foi tomada pelo bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, ouvidas algumas entidades diocesanas, e apoia-se na evidência em reconhecer e assumir o Paço Episcopal como um «testemunho vivo da atenção dos bispos desta diocese à promoção da cultura e à valorização do espaço urbano da cidade, contribuindo para fazer do largo da Sé o espaço nobre, o seu ex-libris». Perante esta verificação, não fazia sentido não proporcionar, de modo permanente, ao povo algarvio e a quantos nos visitam a possibilidade de conhecer e desfrutar da riqueza e beleza deste património cultural/religioso.
Após obras significativas de restauro, o espaço passará agora a poder ser visitado pelo público que o desejar, tendo todo o processo da sua preparação sido realizado com o contributo de uma equipa técnica do Museu Municipal de Faro.
Recordamos que o Paço Episcopal começou a ser construído durante o bispado de D. Afonso Castel-Branco (1581-1585), na sequência da transferência da sede do bispado do Algarve de Silves para Faro, em 1577.
Após o terramoto de 1755, o edifício foi reedificado e ampliado, por D. Frei Lourenço de Santa Maria (1752-1783), destacando-se no seu desenho, os telhados de quatro águas e o portal. O interior apresenta, no seu conjunto de azulejos do século XVIII, o elemento principal da sua riqueza, que inicia logo no átrio de acolhimento, se estende pela escadaria e continua nas três salas do primeiro andar, revelando em todas elas uma enorme riqueza cromática. Painéis como o alusivo à virtude teologal da Caridade ou o alusivo às cinco virtudes – Prudência, Fé, Esperança, Justiça e Fortaleza – são alguns dos pontos de destaque nas visitas que, a partir de 11 de abril, todos poderão efetuar.
Os visitantes poderão ainda admirar um conjunto de telas com alguns dos bispos do Algarve, dispostas por ordem cronológica, cuja ação foi mais significativa, desde a transferência da sede do bispado para Faro. As telas expostas abrangem os séculos XVII, XVIII, XIX e XX, grande parte das quais de autor desconhecido e outras de pintores como Joaquim José Rasquinho e J. P. Gomes ou Samora Barros.
Para além destas, estarão acessíveis outras pinturas da coleção de arte sacra do Paço Episcopal, atribuídas a autores desconhecidos e Marcelo Leopardi, permanecendo algumas com autores interrogados, nomeadamente Libório Guerini ou Vieira Portuense.
Algumas peças de imaginária, de pequenas dimensões, da coleção do Paço Episcopal, completam esta exposição.
Os visitantes serão convidados a dar um contributo para a manutenção do espaço e o restauro das obras expostas.
Fonte: Diocese Algarve