É já no próximo dia 31 de maio (sexta-feira), pelas 18h00, que o Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes, em Vila Real de Santo António, irá receber o lançamento de “As baterias costeiras de Vila Real de Santo António na cartografia militar setecentista”, do historiador algarvio Fernando Pessanha.
Este novo trabalho, defendido pela primeira vez no congresso internacional El arte de la representación del espácio, na Universidade de Huelva, foi depois apresentado nas XXII Jornadas de Historia de Ayamonte, em 2017, e publicado no respectivo livro de actas. O trabalho que agora se apresenta é, portanto, a separata desta investigação agora publicada em Portugal pela Editora Guadiana, de Vila Real de Santo António.
Sobre este novo livro diz-nos o investigador que os trabalhos que até agora se têm vindo a publicar acerca da História de Vila Real de Santo António têm sido desenvolvidos a partir de linhas de investigação historiográfico-epistemológicas subordinadas à História da Arte, à História do Urbanismo e à História Económica, não considerando, porém, os respectivos objectos de estudo no domínio da geo-estratégia militar, indispensável à implementação e concretização de qualquer projecto de natureza política social e económica, como foi o caso da edificação da vila pombalina. Porém, a identificação de novas fontes cartográficas e manuscritas vem agora demonstrar a presença de estruturas militares no termo de Santo António de Arenilha, consubstanciada através de um sistema defensivo constituído por uma rede de baterias de artilharia, vários antes da fundação de Vila Real de Santo António.
Segundo o historiador, “a cartografia militar setecentista não deixa margem para dúvidas. A constituição das baterias costeiras compreendidas entre a fortaleza de Cacela e a foz do Guadiana remonta à designada Guerra Fantástica, entre Espanha e Portugal, em 1762, o que vem atestar a atenção que o Marquês de Pombal vinha dispensando ao extremo sudeste algarvio vários anos antes de conceber o Plano de Restauração do Reino do Algarve. Deste então, estas baterias de artilharia, documentadas por engenheiros militares como José de Sande Vasconcelhos ou Baltazar de Azevedo Coutinho, foram sendo alvo de sistemáticos restauros ao longo do séc. XVIII, nomeadamente, nos anos que antecederam a Batalha do Guadiana que teve lugar em 1801, no contexto da Guerra das Laranjas.
A apresentação deste novo trabalho está integrada no ciclo Arquivo entre Histórias, dinamizado pelo Arquivo Histórico municipal de VRSA.
A entrada é livre.
Fonte: In Tento Trio