Luís Galrito no Festival Sérgio Mestre, em Tavira

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Luís Galrito actua, no Festival Sérgio Mestre, dia 8 de junho, sábado pelas 21h30, no Parque do Palácio da Galeria, em Tavira. Um espetáculo a não perder.

Organizado pela “Associação Cultural Rock da Baixa-Mar”, o Festival Sérgio Mestre é um espaço de divulgação da música e dos artistas lusófonos que trabalham e inovam as suas sonoridades tradicionais e, simultaneamente, um palco de (re)encontro de culturas e de cruzamentos artísticos.

O Festival adopta, em homenagem a Sérgio Mestre, o seu nome, que com o seu conhecimento e forma de ser, marcou várias gerações de músicos tavirenses, impulsionando-os, motivando-os, desafiando-os. Por tudo isto, há lugar para a música, dança, artes plásticas, cinema documental, culinária, artesanato e muito mais.

O evento decorre em diversos espaços no centro histórico de Tavira, com programação ao longo do dia, convidando os visitantes a passear pela cidade e a usufruir dos espaços de uma forma diferente. Para além dos concertos, as oficinas temáticas têm um lugar especial como veículo de transmissão e diálogo entre culturas e criação de públicos.

O Parque Municipal é o espaço central do evento, acolhendo dois dos palcos. Recupera-se a tradição da “festa” nesta zona privilegiada da cidade, onde, em tempos idos, decorreram espetáculos memoráveis: António Variações, Doce, UHF, Rock da Baixa-Mar, entre outros.

Sobre Luís Galrito

Letrista, compositor, e intérprete das suas canções, nota-se em Luís Galrito uma genuína vertente de trovador, um saudável misto das raízes alentejanas, de onde é oriundo, e das referências urbanas mais modernas. Há uma intervenção despretensiosa e natural nos seus temas, aliada a uma visão algo romântica que renasce continuadamente nos seus textos e se revive de uma voz, com um timbre bem peculiar, e uma guitarra mano a mano.

Foi em 1996 que registou seu primeiro trabalho discográfico intitulado “Véu Vermelho”, um álbum temático, filosófico, surrealista e introspetivo, com influências do pop-rock progressivo ao estilo de bandas lendárias como Pink Floyd e outros.

Em 2002 grava “Matura Inculta”, novo disco de originais com uma sonoridade mais orgânica e crua, revelando referências marcantes da música portuguesa, tais como Jorge Palma, Sérgio Godinho e bandas de sempre do pop-rock nacional, casos dos UHF e Xutos & Pontapés. Dois anos depois regista novas versões promocionais, com novos arranjos, de alguns temas marcantes dos seus anteriores discos. Este trabalho conta com a colaboração e produção de Kalú, baterista do Xutos e Pontapés.

Já em 2005 inicia um ciclo de diversos espetáculos de tributo a grandes cantautores portugueses, onde se destaca a sua homenagem a Zeca Afonso e a outros cantores ligados à Revolução do 25 de abril, a qual tem levado a vários pontos do país e do estrangeiro, e tem recebido as melhores críticas da imprensa, do público e também de algumas personalidades próximas do cantautor, bem como de membros da Associação José Afonso.

“Quero Ser Humano” é o novo disco que lança em 2010 e que contou com a produção do reconhecido Luís Jardim. Em 2015 edita o seu álbum de tributo a Zeca Afonso, denominado “Seja bem-vindo quem vier por bem”. Participa ainda, mais recentemente, com João Afonso (sobrinho do cantautor) e o coletivo “O Barco do Diabo” (Rogério Pires, Paulo Machado, Sónia Pereira e João Espada), num projeto inédito denominado “O Sul de José Afonso”, que, num formato audiovisual, revisita as vivências e geografias pessoais, afetivas e musicais de Zeca no sul do país.

“Grafonola Voadora”, um dueto artístico com João Espada, é o seu mais novo projeto, assente numa performance-concerto interdisciplinar e intimista que opera um diálogo criativo entre imagem, música, palavra e espaço envolvente, a qual conta com convidados especiais nas suas apresentações ao vivo, como Napoleão Mira ou João Frade.

“Menino do Sonho Pintado” é o novo disco de originais de Luís Galrito. Participam neste trabalho vários convidados, onde se destacam Dino D’Santiago, João Afonso, Reflect e Napoleão Mira, contando ainda com a colaboração nos arranjos de João Nunes, Gabriel Costa e Luís Melgueira.

À sonoridade deste álbum não são alheias as incontornáveis influências dos cantautores portugueses, das raízes folk do Alentejo e de outras sonoridades de matriz tradicional (ou não) de diversas zonas do país e do mundo. O título do disco é retirado de uma das canções que fala sobre as crianças vítimas de violência em cenários de guerra, relembrando aqui também a atualíssima questão dos refugiados e outros contextos preocupantes. Ao mesmo tempo, o título evoca um desenho que Luís Galrito fez na infância e que o marcou profundamente pela carga simbólica do mesmo (ativismo pela paz); e não deixa de ser um reflexo dos momentos de cumplicidade que passa no seu dia-a-dia desenhando com a sua filha Eva.

A expressão que dá nome ao novo disco de Galrito reflete assim o conceito, a mensagem visível em várias canções deste trabalho discográfico: a vontade de esboçar o sonho na pureza de uma criança, o desejo de mudança, o querer apagar um céu riscado de tintas de medo e afins, e de desenhar cores de harmonia, paz e amor. A fase de composição deste novo disco coincidiu também com a experiência de ser pai pela primeira vez, sendo que alguns dos seus temas, como “Filhos” ou “Balada para o meu Amor”, espelham esta nova e bonita fase da sua vida.LuisGalrito3LuisGalrito4

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