No próximo dia 11 de julho, quinta-feira pelas 21.30h, a “folha de medronho_associação de artes performativas de Loulé”, estreia no Cine-Teatro Louletano o espectáculo, “E o Estado não é de quem manda? – Variações sobre a Antígona de Sófocles e textos do quotidiano”, com encenação de João de Mello Alvim e interpretações de Alexandra Diogo, António Sofia e Mariana Teiga.
Partindo do clássico de Sófocles, “Antígona”, a montagem reflecte os conflitos fundamentais da existência humana em sociedade, designadamente entre a razão de estado e as liberdades individuais, assim como a contestação feminista à ordem política machista da Grécia antiga (mesmo nas cidades mais democráticas como Atenas): toda a contestação é protagonizada por uma mulher. A partir destas reflexões, interessou-nos e motivou-nos a projecção no nosso quotidiano, procurando o real (ou a actualidade) no dia-a-dia que vivemos.
Durante a montagem os actores foram incentivados a procurar o seu próprio caminho e o encontro da pluralidade desses caminhos na realidade do espaço de representação, que igualmente ia sofrendo alterações conforme a construção – desconstrução – construção do espectáculo avançava. Pode-se assim dizer que o “E o Estado não é de quem manda? – Variações sobre Antígona e textos do quotidiano”, foi (sendo) construído sem uma ideia formal pré-concebida, antes nascendo de um trabalho oficinal de experimentação, selecção, reflexão e articulação para o encontro do resultado final.
Este espectáculo – que depois de estrear em Loulé, será apresentado em Elvas (UmColetivo), seguirá mais tarde para o festival CIT de Luanda – é uma co-produção “folha de medronho”/FITA-Lendias D´Encantar (Beja), e integra-se no Programa da Bolsa de Apoio ao Teatro 2019, dinamizado pela Câmara Municipal de Loulé/Cine-Teatro Louletano. Esta produção foi também apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Fonte: Folha de Medronho