Foram mais de 800 pessoas, de várias idades e proveniências, as que tiveram o privilégio de assistir às três apresentações da peça de teatro musical “Soberana, Mãe Soberana de Loulé” no Cine-Teatro Louletano, a 21, 22 e 23 de junho. A ideia partiu de uma encomenda do Cine-Teatro ao prestigiado encenador quarteirense Ricardo Neves-Neves para a criação de um espetáculo inédito em torno da história e da Festa da Mãe Soberana em Loulé.
Nunca antes esta manifestação religiosa central da identidade coletiva louletana fora alvo de uma abordagem performativa ao nível artístico. Recorde-se que em 2017 o Cine-Teatro já fizera uma outra encomenda, denominada “A Freguesia”, ao Teatro do Eléctrico no âmbito do então encerramento do programa comemorativo dos 100 anos da freguesia de Quarteira.
Desta vez, e em vésperas de assinalar os seus 90 anos de existência, o Cine-Teatro Louletano trouxe a palco uma surpreendente peça com texto de Ana Lázaro, encenação de Ricardo Neves-Neves, direção musical de Rita Nunes e cenografia de Henrique Ralheta. Ana Lázaro resume assim, de forma lapidar, a sua experiência criativa: “Assim que comecei a pesquisar sobre a Mãe Soberana percebi que mais do que uma manifestação religiosa, cultural e histórica, esta é, tal como o vínculo genético e intrínseco que liga a Mãe com o seu filho, parte de um corpo coletivo, da identidade de um povo.”
Com uma adesão muito significativa de público e uma última sessão completamente esgotada, a receção à peça foi muito calorosa e entusiasta, com a plateia a aplaudir de pé os artistas nos três dias e a lançar diversas vivas à Mãe Soberana. Depois das apresentações multiplicaram-se as conversas e comentários elogiosos nas redes sociais: muitos reviveram a sua infância, outros aprenderam pormenores históricos/curiosidades que desconheciam, outros ainda realçaram a intensidade emocional e afetiva do espetáculo e a sua grande qualidade artística, outros destacaram a cenografia (a economia visual como uma mais-valia) e os figurinos, bem como as atmosferas musicais criadas, a construção de objetos polissémicos ou a inspirada interpretação dos atores envolvidos e a dinâmica de cena. Houve ainda vários espetadores que deixaram a sugestão de se fazer uma reposição da peça em 2020 por altura da Páscoa.
Emoção, força e orgulho foram os sentimentos mais realçados pelo público, num espetáculo que, acima de tudo, e tendo por base um belíssimo texto (fruto também de uma aturada e abrangente pesquisa local prévia, quer através de entrevistas quer de investigação de arquivo), modulou eficaz e atrativamente vários registos: do histórico/documental ao ficcional, do poético ao satírico, do humorístico ao introspetivo/psicológico.
Este equipamento cultural continuará e reforçará nas próximas temporadas a sua aposta em encomendas artísticas bem como em coproduções quer com artistas sediados no concelho/região quer com criadores e estruturas reconhecidos a nível nacional.
Uma palavra especial de agradecimento a toda a equipa artística liderada pelo encenador Ricardo Neves-Neves pelo resultado final (foi um desafio arrojado), bem como a todos os que forneceram informações para a construção do processo criativo da peça, e ainda ao público que arriscou e se entusiasmou com esta proposta do Cine-Teatro, a qual é, mais uma vez, reveladora do arrojo e originalidade que têm presidido à sua programação regular.
Para mais informações os interessados podem contactar o Cine-Teatro Louletano pelo telefone 289 414 604 (terça a sexta-feira, das 13h00 às 18h00) ou pelo email [email protected] Além disso, podem consultar a sua página de facebook – www.facebook.com/cineteatrolouletano ou o seu renovado website http://cineteatro.cm-loule.pt, ambos em permanente atualização, bem como a sua conta no instagram (cineteatrolouletano).
O Cine-Teatro Louletano é uma estrutura cultural no domínio das artes performativas da Câmara Municipal de Loulé e está integrado na Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e na Rede 5 Sentidos.
Fonte: GAP da CM Loulé