“E a Luz Tornar-se-á Líquida: um poema para Sophia”, estreia dia 13 de julho de 2019, sábado às 21H30, com entrada Livre. Ponto de encontro – Parque da Cidade de Lagos Coordenadas:(37.0971594, -8.6725886).
Desenhamos um caminho da manhã nas ruas caiadas de Lagos, mas desta vez debaixo de um sol noturno quase cheio. Não são os pés de Sophia que o percorrem mas sim os pés de um grupo que desconhece o andar sozinho. Estamos perante um silêncio que descobre a cidade pelos olhos de quem a olha mas não a vê, redesenhando uma fuga de luz compacta em quadrados ambulantes fechados.
A leitura dos corpos naturalizados, que nos chegaram da comunidade lacobrigense para dar forma a palavras escritas dá origem a um percurso performativo de 16 performers locais, realizado ao longo de três semanas de trabalho intensivo com base na questão: E ao fim do dia, a luz poderá tornar-se líquida?
Guiar uma luz fechada como voz e manifesto impera sobre a vontade de um coletivo uno, na descoberta da propagação luminosa como ato poético e afirmação de individualidades encontradas na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen. Há uma procura pela liberdade do poema sem que este apareça, sem que este marque uma posição para além da vontade do eu no agora.
Os corpos têm sede de ser libertos, de sair da sombra e de perceber o que é entrar na água ligados à corrente, na procura de ser uma gota de luz que escorre nas faces dos não-ouvintes. Até que ponto o corpo é oásis e sede em simultâneo?
Os ossos quebram nos intervalos da língua, uma árvore nasce a partir do sítio de onde fomos gerados, respirar é difícil debaixo de água e o pássaro que tenta voar afinal é um peixe preso num ecrã.
O poema precisa de andar até à madrugada seguinte para que seja ouvido.
Produção | CAMA a.c.
Co.Produção| Município de Lagos e Rancho Folclórico de Chãos
Apoios | Freguesia de São Gonçalo de Lagos, LAC – Laboratório Actividades Criativas, Biblioteca Municipal de Lagos – Dr. Júlio Dantas, Centro Nacional de Cultura, Direcção Regional de Cultura do Algarve, Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Fonte: CAMA a.c.