A abertura do Festival de Órgão do Algarve tem lugar este ano na Igreja Matriz de Portimão, dia 1 de novembro, com o organista Gyula Szilágyi e a participação do Coral Adágio dirigido pelo maestro António Alves.
Para além das obras a solo para órgão que utilizarão toda a registação do instrumento, será apresentada a obra para coro e órgão Magnificat do compositor português João Rodrigues Esteves (ca.1700-ca.1755), que alterna entre vozes solistas virtuosas e o tutti.
Gyula Szilágyi estudou no Conservatório em Amsterdão, com Jacques van Oortmerssen e Hans van Nieuwkoop (órgão), Jan Marisse Huizing (piano) e Paul van Nevel (Música Antiga). Realizou inúmeros concertos em muitos órgãos históricos da Península Ibérica e participou em projetos de restauro de órgãos históricos em Jaén, Cádis e Sevilha. Obteve o Doutoramento em performance em órgão na Universidade de Música Liszt Ferenc, em Budapeste, com a dissertação “A Batalha – A vida de um género na arte do órgão ibérico”. É professor associado de órgão e de órgão litúrgico na Faculdade de Música da Universidade de Debrecen.
O Grupo Coral Adágio nasceu em Portimão em 1989. Inclui no repertório peças da Renascença à atualidade, da polifonia sacra aos espirituais negros, passando pela música popular, portuguesa e de outros países. Do seu percurso destacam-se várias deslocações internacionais, atuações em diversos programas de Rádio (RDP) e Televisão (RTP) e interpretação de missas e óperas de relevo. Gravou em 2008 o seu primeiro CD exclusivo, (L)atitudeS. Foi agraciado com a Medalha de Mérito Municipal, grau Bronze (2002) e grau Prata (2008). Tem como diretor artístico o maestro António Alves Alferes Pereira.
Em Faro, os concertos iniciam na Igreja da Sé com um concerto a solo com o músico húngaro-holandês Gyula Szilágyi no dia 2 de novembro, versando a música ibérica, italiana e inglesa.
O programa escolhido traz-nos música esquecida de compositores importantes de várias escolas organísticas, versões virtuosas de hinos religiosos, música contrapontística extremamente elaborada, parábolas sobre a justiça divina, o cantar do cuco, entre outras surpresas.
Os concertos realizam-se às 21h30 e são de entrada livre.
O Festival de Órgão do Algarve 2019 é organizado pela Associação Cultural Música XXI, conta com os apoios da Direção Regional de Cultura do Algarve e dos Municípios de Faro, Loulé, Portimão e Tavira, com o apoio à divulgação da Região de Turismo do Algarve e com os parceiros de comunicação Antena 2, Sul Informação e Rua FM. Conta ainda com a parceria da Ordem do Carmo de Faro, do Cabido da Sé de Faro, das Paróquias de Portimão, Boliqueime e Tavira e da Misericórdia de Tavira.
Igreja Matriz de Portimão, 1 de novembro:
ÓRGÃO SOLO:
Peter Philips (ca.1580-1628): Fantasia [em Ré]
Jan Pieterszoon Sweelinck (1562-1621): Von der Fortuna werd ich getrieben [Engelse Fortuijn], SwWV 320
Peeter Cornet (ca.1570/80-1633): Fantasia ottavi toni
Maurice Greene (1696-1755): Lesson No.1. em Sol Maior: II. Allegro – IV. Allegro
Zoltán Göncz (1958-): Fuga a 3 voci em Fá Maior
Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonata K.60 em sol menor, Sonata K.69 em fá menor, Sonata K.85 em Fá Maior
Georg Friedrich Händel (1685-1759): Concerto para órgão solo em sol menor Op.4. No.3. [versão por Walsh] – I. Adagio, II. Allegro, III. Adagio, IV. Gavotte: Allegro
CORO E ÓRGÃO:
João Rodrigues Esteves (ca.1700-ca.1755): Magnificat
Igreja da Sé em Faro, 2 de novembro:
Sebastián Aguilera (1561-1627): Obra de 1º tono [Salve Regina]
Thomas Tomkins (1572-1656): Clarifica me pater, MB 4
William Byrd (ca.1543-1623): Fantasia Ut Re Mi Fa Sol La, BK64
Anónimo castelhano (fim séc. XVII): Obra de clarines 8º tono, mano derecha (Coleção do Fr. António Martín y Coll: Flores de Música, Alcalá de Henares, 1706, BNM M-1357)
Girolamo Frescobaldi (1583-1643): Capriccio sopra il Cucho (Il primo libro di capricci, etc., Venezia, 1626)
Juan Cabanilles (1644-1712): Tiento lleno de 1º tono sobre In exitu Israel de Aegypto
Manuel Rodrigues Coelho (ca.1555-ca.1633): Primeira Susana grosada a 4 sobre a de 5 (‘Flores de Música’, Lisboa, 1620)
Francisco Correa (1584-1654): La muy célebre Canción Susana (LXI) (’Libro de Tientos,… Intitulado Facultad Orgánica’, Alcalá, 1626)
Fonte: Música XXI