O Secretário de Estado do Ambiente marcou presença no evento Humana Circular para receber o prémio que distingue o Ministério pelas políticas e ações de economia circular e sustentabilidade.
- O Secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, destacou durante o ato celebrado em Sintra a importância de uma gestão sustentável dos recursos, com especial atenção para o têxtil usado.
- Premiadas 15 entidades e municípios pelo seu compromisso com práticas de economia circular e incentivo à sustentabilidade em Portugal.
- “Consumidores presentes e conscientes que valorizem o que merecem ser valorizado” é o que devemos ter, afirmou o S.E. João Ataíde.
Humana Portugal, organização que desde 1998, trabalha a favor da proteção do meio ambiente através da reutilização têxtil e realiza tanto programas de cooperação para o desenvolvimento em Moçambique e na Guiné-Bissau como de apoio local em Portugal, entregou em Sintra os Prémios Humana Circular, prémios que reconhecem os municípios e entidades que se destacaram pelas suas políticas, projetos ou decisões ambientais.
Estes Prémios, foram entregues nesta Jornada Técnica dedicada à Economia Circular na Gestão de Resíduos, um evento que pretende analisar e estabelecer as bases para continuar a avançar na gestão sustentável dos resíduos e dos recursos (da roupa, no caso da Humana, com um fim social, materializada nos seus programas de cooperação).
O ato foi celebrado no Palácio Valenças, em Sintra e contou com a presença de personalidades importantes do setor, de destacar a do Secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, que em representação do Ministro do Ambiente foi responsável pelo discurso de encerramento do evento. João Ataíde, destacou durante a sua intervenção que “contamos com um excelente plano de ação para a economia circular, mas que sem a participação dos municípios não é possível”. Alertou também para a necessidade de contarmos com “consumidores presentes e conscientes, que valorizem o que merece ser valorizado”.
Economia circular na gestão de resíduos
É evidente a necessidade de utilizar os recursos da forma mais eficiente possível, reduzir desperdícios desnecessários e modificar as pautas de produção, consumo e gestão de resíduos para contribuir para uma economia circular. Aspeto diretamente relacionado com dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, número 12 que defende uma “Produção e Consumo Responsáveis” e número 13, a “Ação pelo Clima”.
Por isso, é importante que substituamos uma economia linear por um modelo circular, onde o planeamento, a redução, a reutilização, a reciclagem e a valorização material constituam processos essenciais.
No ato celebrado ontem em Sintra, participaram seis ponentes na mesa redonda intitulada “Economia Circular na Gestão de Resíduos”: Nuno Bento, Coordenador do Observatório da CCDR LVT; Carlos Vieira, Diretor Delegado dos SMAS Sintra; João Teixeira, Presidente da TratoLixo; Mercês Ferreira, Vogal do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente; Luís Realista, membro da Direção da Associação SmartWaste Portugal, e Sónia Almeida, Unit Manager de Recolha da Humana Portugal. Filipa Reis, Promotora Nacional da Humana Portugal foi a encarregada de moderar a mesa.
Nuno Bento destacou como “fundamental o combate ao desperdício” e comentou ainda que “não podemos achar que é a economia circular que vem resolver todos os nossos problemas, se formos realistas sabemos que isso não acontecerá a 100%, portanto há que pensar em quais são as opções mais eficazes”.
Carlos Vieira, por sua vez, referiu que “é importante reduzir o consumo, mas tão ou mais importante que isso é a reutilização”.
Para João Teixeira, “a situação atual da gestão de resíduos em Portugal está atrasada. Verificam-se grandes carências no que diz respeito ao ensino, à adesão da população, empresas, etc. Será um problema cultural?!” Questionou o mesmo.
No entanto, Mercês Ferreira discordou, defendendo a “existência de uma política nacional ambiental bem delineada, com estratégias bem definidas. Destacou a importância da prevenção e de que devemos pensar e prolongar o ciclo de vida de um produto para evitar o resíduo.
Luís Realista, é da opinião de que “não nos podemos cingir apenas aos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e que a atividade de recolha seletiva deve registar um incremento”.
Sónia Almeida não discordando dos restantes oradores, apenas lamentou e alertou para o “longo caminho a percorrer no setor têxtil”, chamando os ouvintes à atenção para que “a mesma preocupação que se está a ter atualmente com o plástico se instaure o antes possível na fileira têxtil, para evitar resíduos e gerar recursos”, que ao fim ao cabo é a atividade que desenvolve a Humana em Portugal.
Os prémios
Os contentores em madeira entregues como Prémio, foram produzidos pela empresa eco.brindes, com a qual nos identificámos pelos seus valores e ideais sustentáveis. Dentro de cada contentor, acompanhado pela mensagem “Plantemos um futuro sustentável”, vão incluídas sementes de Alfenheiro para plantar. Um gesto cada vez mais necessário nos dias de hoje e que a Humana promove também através dos projetos Farmers Clubs em Moçambique e Guiné-Bissau, e também através do 3C: Cultivemos o Clima e a Comunidade, programa de agricultura social e urbana levado a cabo no município do Seixal. Projetos que são uma realidade graças aos fundos conseguidos através da gestão e consequente valorização do têxtil que é recolhido pela Humana.
Fonte: Humana Portugal