. 5 mil portadores de VIH, cancro, esclerose múltipla e outras doenças com acesso aos medicamentos sem deslocações aos hospitais.
. Operação Luz Verde assegura entregas ao domicílio e aconselhamento farmacêutico.
Em três semanas, as farmácias comunitárias garantiram a entrega de medicamentos a mais de cinco mil doentes que antes da pandemia se deslocavam aos hospitais centrais para esse efeito. Doentes com cancro, VIH-sida, esclerose múltipla e outras patologias continuam a receber a sua medicação em casa ou numa farmácia local da sua preferência.
A Operação Luz Verde resulta do esforço concertado de associações de doentes, farmácias, hospitais e distribuidores farmacêuticos para evitar deslocações desnecessárias aos serviços de saúde e diminuir o risco de infeção dos doentes mais frágeis. «Os farmacêuticos hospitalares e comunitários estão unidos nesta operação de salvaguarda da saúde das pessoas mais fragilizadas», declara Humberto Martins, diretor da Área Profissional da Associação Nacional das Farmácias. «As farmácias comunitárias decidiram contribuir, graciosamente, para o grande objetivo de Saúde Pública de manter as pessoas tranquilas em casa», acrescenta este farmacêutico.
O serviço Luz Verde é totalmente gratuito nesta fase de pandemia, sem comparticipação dos hospitais do SNS. As farmácias e os distribuidores farmacêuticos suportam os custos da operação logística, que é comparticipada pelo Fundo de Emergência Abem, da Associação Dignitude. A confidencialidade, as boas práticas de transporte de medicamentos e o aconselhamento farmacêutico são garantidos em todo o circuito.
As ordens dos Farmacêuticos e dos Médicos apoiam a iniciativa, que responde à norma conjunta da Direcção Geral da Saúde e do Infarmed nº3/2020, publicada no dia 19 de Março, com o objetivo de «agilizar a dispensa de medicamentos hospitalares através da farmácia comunitária».
Comentários de associações de doentes e comentários de farmácias hospitalares à Operação Luz Verde:
«Faz todo o sentido que, num momento em que enfrentamos uma situação de pandemia, as pessoas não sejam aconselhadas a ir ao hospital, seja para consultas seja para levantar a sua medicação. No futuro, o que queremos é que as pessoas com doenças crónicas tenham liberdade de escolha, possam decidir onde levantar a medicação. Neste momento, o que têm é uma obrigação.»
Ricardo Fernandes, diretor executivo do GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos VIH/SIDA.
«O nosso objetivo é garantir que esta iniciativa passa a ser a norma. Fizemos um estudo no ano passado que mostra que traz maior eficiência no tratamento, mitiga o contágio e traz maior controlo dos sintomas das patologias. Em termos económicos torna-se mais sustentável, ao mesmo tempo que o doente beneficia da proximidade que já tem com o seu farmacêutico comunitário.»
Paulo Gonçalves, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla.
«É uma resposta de proximidade que se impõe, por permitir, de forma segura e respeitando as regras de sigilo e confidencialidade, que os medicamentos habitualmente cedidos em contexto de ambulatório hospitalar cheguem a casa dos doentes ou à sua farmácia.»
Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, que federa 55 associações de doentes, promotores, profissionais e consumidores da saúde.
«A “rede das redes” dos farmacêuticos, permite que menos portugueses corram o risco de se contaminarem pelo Covid-19, aumenta a adesão à terapêutica, garante o acesso seguro aos cuidados farmacêuticos e abre caminho para outros encontros no futuro.
Com o apoio do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Ordem dos Farmacêuticos, Associação Nacional das Farmácias, alguns parceiros da Industria Farmacêutica e os profissionais do CHUC, cerca de 2480 doentes CHUC com cancro, VIH/SIDA, esclerose múltipla, transplantes hepáticos, transplantes cardíacos, transplantes renais, hipertensão pulmonar, hemofílicos, com nutrição parentérica em casa, artrite reumatoide, doença de crohn, psoríase, asma grave, fibrose quística, diabéticos, etc., já estejam a receber a sua terapêutica, com segurança, nas 1720 farmácias comunitárias que escolheram.
Com a “Operação Luz Verde”, mais farmacêuticos dos cuidados de saúde, conseguem garantir ao doente que se tinha de deslocar ao hospital, o acesso à sua terapêutica, com segurança, aconselhamento farmacêutico, na farmácia de proximidade que escolheu, diminuindo assim o risco de contaminação pelo Covid-19 e aumentando a adesão á terapêutica.»
José Feio, diretor dos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.
ANF