DRCNFAlg | Aniversário da ‘Ria Formosa’

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Foi há 42 anos, a 2 de maio de 1978, que a Ria Formosa foi classificada como Reserva Natural e integrou o 6º lugar na pequena lista nacional de áreas protegidas, à altura. Na década seguinte, em 1987, o seu estatuto foi alterado para Parque Natural, pelo Decreto-Lei n.º 373/87, de 9 de dezembro. Esta alteração deveu-se ao reconhecimento de que este território exigia a compatibilização entre a conservação da natureza e as atividades humanas.

Assim, para além dos objetivos nucleares de proteção do sistema lagunar da Ria Formosa, sua fauna e flora incluindo espécies migratórias e respetivos habitats, são definidos outros objetivos não menos importantes, nomeadamente os que se relacionam com a promoção de um uso ordenado do território e dos seus recursos naturais de forma a assegurar a continuidade dos processos evolutivos; a promoção do desenvolvimento económico, social e cultural da população residente, de forma a não prejudicar os valores naturais e culturais e ao ordenamento e a disciplina das atividades recreativas na região, nomeadamente no litoral, de forma a evitar a degradação dos elementos naturais, seminaturais e paisagísticos, estéticos e culturais da região.

De referir, que o posicionamento geográfico do PNRF, zona de confluência de três áreas biogeográficas diferentes (a zona Norte do Oceano Atlântico, o Mar Mediterrâneo e a costa Norte de África), lhe confere importância internacional do ponto de vista ornitológico, albergando uma das maiores comunidades de aves aquáticas do país, sendo zona de invernada de aves limícolas e área de grande disponibilidade alimentar, determinante na migração de milhares de aves entre o Norte da Europa e África. Este posicionamento numa latitude subtropical de clima ameno, do tipo mediterrânico, fracas precipitações e amplitudes térmicas pouco acentuadas, a par da forte dinâmica geral das águas do Golfo de Cádiz e pela presença de marés com grande amplitude traduz-se ainda na presença de espécies endémicas e de grande valor do ponto de vista da biodiversidade. Não menos importante, a Ria Formosa tem vindo ao longo de milénios providenciado o sustento de populações que aí se fixaram e cuja continuidade, na exploração de recursos naturais, depende da saúde deste ecossistema excecional.

É neste contexto que se torna cada vez mais urgente a implementação do modelo de cogestão para as áreas protegidas, a partir do qual se pretende imprimir uma dinâmica de gestão de proximidade, em que diferentes entidades colocam ao serviço da área protegida o que de melhor têm para oferecer no quadro das suas competências e atribuições, pondo em prática uma gestão participativa, colaborativa e articulada na certeza de que a atividade e a presença humana que moldou o território fazendo, em algumas circunstâncias, depender desta relação a própria manutenção da biodiversidade sendo, também ela, necessária para restabelecer os equilíbrios naturais. Porque queremos que a Ria Formosa continue a ser de todos e para todos.

O Diretor Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Algarve – Joaquim Castelão Rodrigues

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