Após o período de recolhimento imposto pela pandemia que ainda nos aflige, o ciclo “Preces para afugentar tempestades, insectos malignos, etc.”, regressa ao Museu Municipal de Faro com a exposição “Realidade Aumentada” de Miguel Cheta. A Exposição estará patente de 12 de junho a 12 de julho no Museu Municipal de Faro.
Embora o termo “realidade aumentada” se tenha popularizado como designação de um novo avanço tecnológico — que integra em tempo real, dados informáticos à nossa percepção do mundo —, não é a tecnologia o que verdadeiramente interessa a Miguel Cheta. É antes, um certo sentido da alienação, traço característico da sociedade humana em geral, agora exacerbada pelo desenvolvimento tecnológico — seja por défice ou deformação da informação, por incapacidade de análise crítica, etc.
De facto, Miguel Cheta, nesta mostra multimédia (integrando imagem projectada, fotografia, desenho e objecto), vem sublinhar a fragilidade da nossa sociedade face aos novos desafios: a obsolescência do homem-máquina típico da era industrial (o que reproduz); e o advento do homem-tecnológico global (dotado de competência técnica e culturalmente apto ao exercício de análise crítica, adaptável e inovador).
Miguel Cheta, enquanto ser social e político,”acredita que a arte tem um papel fundamental na educação e integração social”. A sua obra reflecte a “relação de proximidade com o território que ama e habita, este lugar periférico, paradigmático, conhecido por Algarve.”.
Sobre o artista:
Miguel Cheta(Loulé em 1970), é Licenciado em Artes Visuais pela Universidade do Algarve, frequentou o MobileHome – escola nómada e experimental de arte contemporânea, dirigida por Nuno Faria em Loulé (2009/2012).
Tem participado em projetos educativos que cruzam o Património ou/e a Educação com o processo artístico, tais como Lugares Mágicos da Direcção Regional da Cultura do Algarve, 10X10 da Fundação Calouste Gulbenkian e Arte Vezes Educação da Câmara Municipal de Loulé. Expõe regularmente desde 2001.
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