Após três meses de olhos fixos nas conferências de imprensa diárias das autoridades de saúde, em sentido, como militares zelosos e aprumados na lei da desinfecção geral desde o primeiro pé que entra em casa, às compras de supermercado, eis que chega Agosto e o esquecimento parece estar a tomar conta do país.
Quem ainda tem trabalho regressou à labuta, mas para um “novo normal”, os noticiários estão quentes de economia, reuniões, política e dirigentes de calções, as habituais fugazinhas de informação, os tais relatórios, a taxa de desemprego e tudo o que se estragou ou mudou ocupam o lugar do zelo nas nossas mentes.
O resultado não teve demora. A movimentação de pessoas trouxe mais casos. Muitos casos. Ninguém está a ligar muito. Tudo o que é repetido passa a ser rotina. O número de casos está nos píncaros. A habituação aos relatórios epidémicos não pode levar ao relaxe das medidas quando estas são mais necessárias.
Usem máscara em locais fechados. Lavem as mãos tantas vezes quantas possível e desinfectam-nas. Reclamavam de não ser recomendada a máscara, lembram-se? Usem-na. Etiqueta respiratória. Tirem os sapatos à porta. A roupa também. Eu sei que é Agosto, mas a taxa de infecção aumentou muito. Não se deixem distrair pela habituação ao tom histérico dos telejornais e pelo “deixa andar” do mês. Eu sei que Agosto é um mês descontraído, mas vejam o relatório com olhos de ver e reparem que embora desconfinados, os casos aumentam de dia para dia e precisamos de precaver-nos. Outra vez. Fiquem alerta.
Selma Nunes