Solta-Mente: A primeira Crónica do Ano

0
419
PrimeiroCronica

Nesta primeira crónica do ano não me vou meter em politiquices. Já as há para todos os gostos (e até de muito mau gosto) e estou como muita gente, enregelada pelo frio e pelo susto. E aqui no Algarve até temos tido mais sorte com as temperaturas, dizem. Enfim, o ano 2020 acabou. Finalmente.

Não me dei a festas, apesar do apetite profundo de afugentar o ano velho a pontapé, cotovelo e grito, mais do que nunca. Respeitei tanto os limites de horários como os limites concelhios… que se julgaria até que criei raízes. Para árvore só me faltaram dois pares de asas a fazer-me um ninho na guedelha. E, claro, muitos anos de prática de crescimento e equilíbrio, coisa que nesta idade ainda não sucedeu, para o espanto da minha criança interior.

Não me parece de bom tom começar o ano com os ácidos das refeições do ano anterior. Não obstante, temos as consequências da continuidade, dado que não mudámos para uma realidade alternativa quando caiu a meia noite de 01-01-2021. É importante que não esqueçamos, por mais aborrecido que possa parecer, que o acto de virar o ano não nos retira da realidade pandémica em que acabámos Dezembro, nem consta que o vírus se importe com o calendário. 

Ainda assim, o desembrulhar de 365 novos dias é acima de tudo um presente de esperança no futuro. É sempre, mas este ano, faz ainda mais sentido. Para que possamos viver outra vez para fora, em sociedade, como é da nossa natureza, ao contrário desta vida interior e de interior que tem sido regra e restrição. Acima de tudo, viver para tentar cumprir (ou ter a hipótese de incumprir) todas as resoluções de Ano Novo. E que cheguemos lá ao 2022, se não mais crescidos e crescidas, pelo menos, um bocadinho mais experientes. Preferencialmente com saúde e ainda em democracia.

Selma NunesPrimeiroCronica

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.