- Cerca de 37% da população portuguesa sofre de dor crónica1
- 14% dos portugueses têm dor crónica recorrente com intensidade moderada ou intensa1
- A dor crónica atinge 1 em cada 3 portugueses, sendo a 2ª doença com maior prevalência em Portugal2
A dor é uma experiência individual e subjetiva que quando persiste após o período estimado para a recuperação normal de uma lesão passa a ser considerada crónica. A dor crónica afeta a qualidade de vida do doente e das famílias, não apenas devido à dificuldade ou incapacidade física, funcional e motora, mas também ao ter um grande impacto a nível pessoal e emocional, causando morbilidade, absenteísmo, dependência, ansiedade, afastamento social, fadiga, alterações do sono e apetite.
Segundo Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), “retomar as atividades diárias, tanto pessoais como laborais, e realizar tarefas quotidianas para quem sofre de dor crónica pode ser bastante complicado e muitas vezes os doentes sentem-se frustrados por não conseguirem realizar tarefas simples (pelo menos, sem sentir dor) que em outrora realizavam quase inconscientemente”.
Contudo, existem algumas dicas e conselhos práticos que os doentes podem seguir para atenuar os efeitos e condições da dor crónica em diversas situações do dia-a-dia:
- Atividade física – o exercício físico ligeiro ou moderado é fundamental no dia-a-dia para aumentar a mobilidade e contrariar o sedentarismo, para além de ajudar o doente a sentirse ativo e útil, diminuindo o tempo em que pensa na dor. Fazer exercício regularmente, como um passeio diário ou exercícios em casa, é uma boa solução, desde que o médico esteja informado e que aprove.
- Levantar – ao sair da cama ou do sofá, deve-se virar de lado, baixar as pernas devagar para fora da cama/sofá, ao mesmo tempo que, com os braços apoiados, se impulsiona para cima. Depois, deve-se permanecer sentado durante alguns segundos e só depois levantar lentamente, ajudando com as mãos de ambos os lados do corpo.
- Dormir – muitas vezes, adormecer é a parte mais difícil para estes doentes, apesar do nosso corpo ter a tendência para se colocar na postura que nos é mais cómoda para aliviar a dor. Para ajudar neste processo, especialistas recomendam a utilização de almofadas cervicais e a mudança do colchão, no máximo, de 8 em 8 anos.
- No trabalho – tendo em conta que passamos a maior parte do nosso tempo acordados a trabalhar, é fundamental adotar alguns hábitos no contexto de trabalho. Sentar numa cadeira ajustável com um bom apoio lombar para manter uma postura correta, colocar ao alcance da mão tudo aquilo que seja necessário para evitar levantar desnecessariamente, e levantar da cadeira de hora a hora e andar um pouco, são algumas medidas a tomar para evitar que a vida profissional seja afetada.
- Acessórios – o uso de pentes de cabo longo para pentear o cabelo, de peças de roupa folgada e calçado cómodo, de calçadeiras compridas para o calçado e de acessórios que permitem calçar meias, é, também, essencial para facilitar estas tarefas.
Referências
1 Azevedo LF, Costa-Pereira A, Mendonça L, Dias CC, Castro-Lopes JM. Epidemiology of Chronic Pain: A PopulationBased Nationwide Study on Its Prevalence, Characteristics and Associated Disability in Portugal. J Pain. 2012 Aug;13(8):773-83.
2 Kaplan, W, Wirtz, V.J, Mantel-Teeuwisse, A, et al. Priority medicines for Europe and the World: 2013 update. World Health Organization; Geneva, Switzerland. 2003.
Sobre a APED
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) tem como objetivos promover o estudo, o ensino e a divulgação dos mecanismos fisiopatológicos, meios de prevenção, diagnóstico e terapêutica da dor em Portugal, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela International Association for the Study of Pain e pela Organização Mundial de Saúde. Para mais informações: www.aped-dor.org
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