A propósito do Dia dos Namorados, que se celebra este domingo, dia 14 de fevereiro, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima relança “Dá o Clique”, uma campanha que pretende sensibilizar os jovens para a violência no namoro.
A violência nas relações íntimas não é um fenómeno exclusivo das relações entre pessoas adultas e podem ser encontrados vários estudos nacionais e internacionais que revelam que este também é um problema presente nos relacionamentos entre as pessoas mais jovens.
Um estudo realizado em Portugal, com cerca de 4500 jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 29 anos, constatou que 1 em cada 4 jovens relataram já ter sido vítimas de algum tipo de conduta abusiva pelo/a namorado/a.
Existem táticas subtis e formas menos perceptíveis de exercer poder e controlo sobre outra pessoa. Estas podem, por vezes, tomar a forma de falsa preocupação com o relacionamento e com o bem-estar do/a parceiro/a e podem ser confundidas com manifestações de amor.
Se, por um lado, é necessário desenvolver o trabalho de sensibilização para as diferentes formas de violência – verbal, psicológica, relacional, física ou sexual, é também essencial consciencializar para a importância do pedido de apoio.
Quais são, então, os fatores para que os jovens em situações de violência no namoro não procurem apoio? A associação é feita, principalmente, com o facto de não reconhecerem o comportamento do/a parceiro/a como abusivo ou de procurarem desculpar ou “normalizar” tais condutas; o receio de serem culpabilizados/as pela relação abusiva; a esperança de que o comportamento do/a parceiro/a mude ou o sentimento de vergonha.
O desconhecimento face aos recursos de apoio disponíveis é também um fator determinante que faz com que a maioria dos adolescentes não procure ajuda perante situações de violência no namoro. Quando o fazem, recorrem, por norma, à sua rede de apoio informal, nomeadamente amigos/as ou familiares, e não a profissionais.
A APAV trabalha questões relacionadas com violência no namoro através do apoio direto, de ações de sensibilização e formação e de uma comunicação que pretende chegar onde os jovens estão – a Internet.
As autoridades policiais, as escolas, os centros de saúde e/ou hospitais e as estruturas de apoio, nas quais a APAV se inclui, são entidades que podem apoiar e informar as vítimas, seus familiares e amigos/as.
Enquanto instituição que apoia vítimas de todos os tipos de crime, suas famílias e amigos/as, a APAV está disponível para apoiar através da Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (chamada gratuita, dias úteis, 9h-21h), Messenger (Facebook), vídeochamada (Skype: apav_lav) e através de uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima.
APAV