Estou muito longe de ser daquelas pessoas que encontram defeitos em tudo. Não obstante, acredito que as coisas que têm de ser ditas, escritas, faladas e contestadas por muitas pessoas, para que se crie uma espécie de consciência colectiva e talvez assim consigamos que mais atitudes vão mudando.
Nas notícias hoje, um município, que não conheço, nem pertenço, nem vou dizer qual é (quem quiser, procure e veja) resolveu fazer uma justa homenagem aos profissionais de saúde e às vítimas Covid19. Uma homenagem é um gesto bonito. Repito: é um gesto bonito!
O que não é muito bonito é que em pleno século XXI as pessoas com responsabilidades acrescidas por serem representantes de uma autarquia ainda não se mostrem comprometidas com a sustentabilidade do planeta em que vivemos, primando, pelo menos, pelo bom exemplo. É lastimável que se pense que numa homenagem, para ter um aspecto visual apelativo e simbólico está certo soltar balõezinhos branquinhos assim para o ar.
E daí a necessidade de referir: os balões são poluentes, não biodegradáveis, passíveis de envenenar animais, poluir oceanos, rios, etc. (o etc. aqui quer dizer “já toda a gente devia saber isto!”)
Tendo em conta que se aproxima uma corrida autárquica e sabendo que há coisas que têm um efeito mimético gigante neste nosso rectângulo à beira-mar, deixo o meu conselho a representantes e pessoas candidatas: acções bonitas são bonitas, balõezinhos pelo ar parece bonito, mas torna-se feio. Não sejam feios, ou feias, quando querem ser/parecer/agir com beleza.
Selma Nunes