Pode reunir as competências técnicas on spot para a posição a que se candidata e o recrutador irá validar com certeza se estão em linha com as funções em causa. Mas prepare-se para perguntas difíceis sobre as suas fragilidades técnicas e pessoais. E pense que o empregador não espera que seja perfeito. Ninguém é. Mas procurará avaliar a sua identidade, sinceridade, responsabilidade e potencial para melhorar e crescer profissionalmente na nova empresa. Por isso, quando se trata de falar sobre os seus pontos fracos numa entrevista de emprego, tenha em conta as dicas da Adecco Portugal e mostre ao seu entrevistador que sabe onde precisa melhorar e que tomará as medidas necessárias para se tornar um profissional mais forte e capaz de evoluir em equipa. Não tenha dúvidas de que o sucesso de uma entrevista é um equilíbrio entre as suas hard e soft skills.
Veja se este cenário soa familiar: está na cadeira da entrevista (ou em frente ao monitor do seu computador numa entrevista de emprego virtual) e, até determinado momento, tem quase a certeza de que a entrevista está a correr muito bem e que o feedback da conversa está a ser muito positivo até que o recrutador põe o ‘dedo na ferida’: questiona sobre quais são as suas fragilidades, pontos fracos ou menos positivos. Um momento temido, mas esperado, e necessário para que o empregador possa avaliar outras competências e posturas.
Na verdade, estas perguntas ’difíceis’, as que exigem que fale sobre os seus pontos fracos, são na realidade concebidas para revelar as suas capacidades interpessoais e autoconsciência. Os empregadores querem contratar alguém honesto que possa reconhecer as deficiências, trabalhar bem com os membros da equipa e comprometer-se com o desenvolvimento pessoal e profissional.
Este tipo de perguntas realça frequentemente uma insegurança ou uma emoção forte. A razão é que o entrevistador quer testar a sua confiança e avaliar se é capaz de assumir responsabilidades ou, por outro lado, tende a culpar outra pessoa. Se esta parte da entrevista não correr bem, mesmo que preencha todos os requisitos e hard skills para a função à qual se está a candidatar, acredite que a sua entrada para a empresa em causa pode estar comprometida.
Siga estas dicas para responder a estas questões de forma honesta, diplomática e profissional:
#1 Antes de mais nada, seja sincero acerca dos seus pontos fracos
Os recrutadores não estão à procura de alguém que nunca tenha cometido erros, pois estão bem cientes de que ninguém é perfeito. Não estão a contratar uma máquina, mas sim uma pessoa, portanto querem ver o seu verdadeiro “eu”. Admitir as suas debilidades e fracassos dá-lhe uma identidade única.
No entanto, tem de ser inteligente e ao decidir qual a fraqueza de que deve falar com o seu entrevistador. Não diga que tem um mau desempenho em alguma tarefa específica se essa é um requisito nuclear do seu trabalho. Por exemplo, um vendedor não deve admitir que tem dificuldade em relacionar-se com as pessoas, e um professor não deve admitir que não é bom a falar em público, se isso não afeta o seu desempenho geral.
#2 Demonstre que o seu compromisso é de melhoria constante
Ao falar das suas fraquezas e ao reconhecer um ponto fraco, é importante que também explique ao recrutador como respondeu a esse erro do passado e que lições aprendeu para o futuro.
Por exemplo, se falhou um prazo crucial e perturbou o cliente e o seu chefe, explique que pediu desculpa ao cliente, falou com o seu chefe, e encontrou uma solução para melhorar a gestão do tempo e as competências organizacionais.
#3 Não culpe terceiros pelas suas fragilidades
Poderá sentir a tentação de culpar o seu chefe ou colega de trabalho para justificar as suas fragilidades, o que não é sensato. Resista e reconheça os seus fracassos, mesmo que seja verdade que não conseguiu fazer bem ou concluir determinadas tarefas por negligência de outro colega de trabalho.
Conflitos e desafios estão presentes na maioria dos ambientes de trabalho, por isso a chave é demonstrar que se pode agir profissionalmente e não emocionalmente, ou melhor: que pode ser emocionalmente inteligente para agir com profissionalismo. Fale sobre os planos que tem para colmatar as suas fraquezas. Concentre-se no seu desejo de crescimento profissional e no que espera obter da sua nova posição que a sua posição atual ou antiga simplesmente não poderia oferecer. E isto é válido em situações em que está a mudar de empresa: nunca diga mal da empresa da qual quer sair, pode dizer pura e simplesmente que pretende agarrar outros desafios.
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