Solta-Mente: “O Tempo é Outra Coisa”

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O tempo não é dinheiro, mas sai caro. A sua passagem faz sulcos na pele, tira-nos o tino, parte-se em pedacinhos para que o guardemos melhor. Pede para ser gerido, acarinhado, planeado, mas não raramente se rebela, sendo a sua passagem mais demorada ou mais célere, conforme o prazer que dele estamos a tirar.

O tempo é um sacaninha perigoso que nos puxa o tapete quando lhe apetece. É uma presença constante, bordado a ausências e oxalá, num futuro mais ou menos distante, não seja fonte de arrependimentos.

O tempo é o que dizemos que não temos quando não há disponibilidade. É uma maneira de isentar de culpas a vontade, rumando livre ao despacho, à auto-sabotagem, ao esquecimento, à procrastinação. É mais polido culpar o tempo.

No dia em que me pediram para definir o tempo, dei por mim a descrever uma guilhotina. E fiquei confusa. E arranhei o cérebro de tanto puxar pela cabeça. Afinal, tempo é o que define a minha passagem, é o que tenho tido, que tento sempre ter e tudo o que me resta. A sua passagem pode ser até ingrata, mas é sempre fruto da minha escolha e responsabilidade minha. Porque o tempo simplesmente passa. O resto é livre-arbítrio.

O meu tempo é a minha existência. Sou eu. E passa. Logo… eu tenho tempo e tenho escolhas enquanto viver. A responsabilidade do nosso tempo é de cada um nós. Como seres pensantes, não podemos culpar o tempo. Temos de reflectir no impacto das nossas escolhas e assumi-las inteirinhas. E mesmo assim, talvez nem seja isto, mas outra coisa qualquer. 

Selma NunesSoltaMenteTEMPO

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