Revista esfera dedica 12.ª edição ao escultor e pintor de Faro, Sidónio de Almeida. Amigo de António Aleixo, Emiliano da Costa, Almeida Carrapato, Carlos Porfírio, Amílcar Quaresma, João Lúcio e de tantos outros ilustres, Sidónio teria 103 anos, se fosse vivo. Para o editor – a associação cultural Figo Lampo – esta é uma homenagem natural e obrigatória.
O lançamento do novo número da revista esfera decorreu na passada sexta-feira, 25, na Galeria Artistas do Algarve / be tween, em Faro. Trinta pessoas esgotaram a ocupação permitida pela DGS, preenchendo o interior e exterior da Galeria, num final de dia marcado pela evocação de grandes nomes da cultura do séc. XX, tais como o de Sidónio de Almeida (1918-1996).
Das páginas de tributo para as palavras ditas nessa tarde, José Bívar fez questão de vincar o valor do artista: “Foi uma das figuras das artes plásticas que mais marcou as gerações de artistas em Faro e no Algarve do séc. XX”. O escritor Luís Barriga complementa: “Era a figura romântica do pintor, casado com a arte, de vida boémia, sempre com o atelier cheio de jovens artistas. Nunca quis ser assalariado daí se terem criado estigmas em relação à sua pessoa, que o levou a que se sentisse rejeitado pela sociedade, o que fez com que se transformasse num indivíduo revoltado.” Também presente, Cristina Garcia, arqueóloga, destaca a sensibilidade ao património: “Sidónio retratou as ruínas de Milreu com tal sensibilidade que transparece claramente a sua relação com a importância do legado local. Preservar proteger e comunicar o património é urgente, e este artista fê-lo com naturalidade.”
O diretor da esfera, Paulo Tomé, sumariza: “Sidónio é demasiado importante para a cultura do Algarve para ficar esquecido. Não tinha uma relação fácil com as instituições, foi reconhecido muito tarde… Esta é a uma pequena homenagem.”
O lançamento da revista fez-se acompanhar da inauguração de uma sala dedicada a Sidónio de Almeida, visitável até 25 de julho de 2021. Fizeram ainda parte do programa, a projeção de dois documentários: “Moças Nagradas”, sobre a literatura oral local, assinado por Eduardo Pinto, e “APE Oralidade em Paderne”, um trabalho inigualável de recolha sobre o Património Imaterial da região.
A poesia cruzou a tarde em vários momentos, com destaque para a leitura de quatro poemas de Sidónio, recolhidos de um caderno de apontamentos do artista, guardado no arquivo da Direção Regional da Cultura, – e onde se pode observar a forte influência de António Aleixo na obra de Sidónio.
A associação Figo Lampo, revelou ainda o estado de arte de um outro projeto que se encontra a desenvolver com Eduardo Pinto e Eurico de Brito: 1.º ato – Habemus Camões da Vídeo Performance Verde, trabalho artístico de Land Art, com palco em Querença.
A 12.ª edição da esfera contou com a participação de Cristina Tété Garcia, Homem Quase Invisível, José Bivar, Luís Barriga, Manuel Neto dos Santos, Osvaldo M., Rui Parreira e Vítor Cantinho. Desde o início, conta com mais de 80 colaborações. É distribuída gratuitamente, mas de forma limitada, podendo ser solicitado um exemplar através do email: [email protected].
A revista conta com o apoio da República Portuguesa – Cultura | DGARTES – Direcção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Loulé, Tipografia Tavirense e Bloco D, Design e Comunicação Lda.
+informação: http://figolampo.pt/esfera-12/
MM