O Echangeur, um dos centros de investigação económica do departamento Prospetivo do Cetelem – BNP Paribas Personal Finance, revela novas conclusões sobre o envolvimento dos consumidores na Economia Circular, com especial destaque no setor automóvel.
As conclusões constam do Circular Economy Book, divulgado este mês, e tem por base os dados do Access Panel, plataforma que reuniu respostas de 14 000 indivíduos na Bélgica, Espanha, França e Portugal em 2020.
De acordo com o estudo europeu, 21% dos portugueses estariam disponíveis a realizar um contrato de locação financeira (leasing), em vez de comprar uma viatura. Entre os 10 perfis de consumo avaliados, a que corresponderão os estilos de vida mais comuns em Portugal, as Famílias Abastadas (25%) estão entre as que mais optariam por esta solução em vez da compra, por estarem fortemente envolvidas num consumo sustentável. Por razão oposta, a poupança seria o principal incentivo para as Famílias Pressionadas (24%) optarem pela locação, principalmente para contrabalançar as dificuldades financeiras com as quais lidam, embora a sua baixa taxa de esforço possa mantê-los afastados dessa possibilidade.
Já 26% dos Seniores, que de forma geral parecerem estar distantes dos serviços de aluguer em geral, em comparação com os outros perfis, preferindo a propriedade, parecem abrir uma exceção aos automóveis. Algumas das Famílias Estrategas (25%) também aparentam apetência para este tipo de soluções de mobilidade, se isso também significar economias.
Para identificar os 10 perfis de consumo foi realizado o cruzamento de critérios sociodemográficos – como idade, número de elementos por habitação – com critérios orçamentais: rendimento líquido, restrições orçamentais, entre outros.
Jovens adultos são mais propensos a partilhar carro com quem não conhecem
Para terem novas fontes de receitas, 28% dos portugueses parecem estar igualmente prontos para abraçar serviços inovadores ligados à mobilidade, como colocar a sua viatura para aluguer.
Neste domínio, as Famílias Abastadas são uma vez mais as campeãs, com 44% a afirmarem que o fariam. Seguem-lhes as Famílias Estrategas (36%), os Jovens Adultos Despreocupados e as Famílias Pressionadas (34% em ambos). Os Casais Jovens (33%) completam o Top 5 dos agregados familiares com mais inclinação para esta possibilidade.
O estudo do Cetelem verifica ainda uma clara predominância dos mais jovens no que à adesão destes serviços inovadores de mobilidade diz respeito, com 7% dos Jovens Adultos a revelar que partilhariam um carro com alguém que não conhecem, assim como os casais jovens (6%). Um padrão que se repete quando avaliada a predisposição de utilizar um serviço de bicicletas ou carro partilhado. Os mais velhos, casais reformados e seniores solitários, devido a questões geracionais, são aqueles que demonstram menos propensão para serviços de mobilidade inovadores, manifestando apenas 1% das intenções nos domínios referidos.
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