Loulé | Sonoridades da Ucrânia, Portugal, Espanha e Cabo Verde estiveram no Festival interMEDio

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As duas últimas noites do Festival interMEDio ficaram marcadas pela aposta da organização na qualidade e diversidade artística, tal como acontece com o “pai” deste evento, o Festival MED. Buba Espinho, DakhaBrakha, Sílvia Pérez Cruz, Tristany&Prétu pisaram o Palco Cerca para mostrar que a cultura está bem viva e que Loulé continua a ser destino obrigatório para quem quer assistir a bons concertos e vivenciar novas experiências musicais.

Na terça-feira, 24 de agosto, a noite começou com uma presença habitual ao longo das 16 edições do MED: o Fado. Mas desta vez um Fado conjugado com o Cante Alentejano, através da voz de Buba Espinho. De Beja para a zona histórica de Loulé, o jovem trouxe consigo na bagagem quer cantigas de tradição alentejana como também fados de raiz lisboeta, uma junção que é, seguramente, uma das melhores homenagens aos dois patrimónios culturais imateriais da humanidade chancelados pela UNESCO. À voz imaculada de Buba Espinho juntaram-se alguns convidados do artista que, com ele, vieram reafirmar o papel que o Alentejo tem já no contexto musical português como o sucesso de artistas como António Zambujo ou os Virgem Suta.

Num registo totalmente diferente, mas tal como Buba Espinho, os ucranianos DakhaBrakha arrastaram consigo uma legião de fãs, quer os seus conterrâneos radicados no Algarve, como também um público fiel que segue de perto a banda e vibra com todo o cenário instrumental, vocal e cénico. E foi nesse “caos étnico”, como os próprios se caracterizam, que uma audiência em transe vibrou. Um regresso em cheio ao palco do MED por onde o grupo de Kiev passou em 2011.

Na noite desta quarta-feira, dia 24, quem esteve no interMEDio teve a sorte de assistir a mais uma belíssima atuação de um nome cimeiro da música espanhola, uma cantautora que se encontra num patamar que, definitivamente, não é para todos(as). A catalã Sílvia Pérez Cruz veio mostrar pela segunda vez (já o tinha feito em 2013 quando também atuou no MED) ao público louletano porque é multipremiada e reúne o consenso da crítica e do público. Desta vez acompanhada pela sua banda, a Farsa Circus Band, provou ser uma artista completa, que canta e compõe, que se movimenta por vários registos, que vai beber a várias fontes e que inclusivamente utiliza várias línguas para expressar a sua música. Um dos momentos mais mágicos da noite foi mesmo a sua reinterpretação do tema “Sound of Silence”, de Simon&Garfunkel.

Mais um final de noite energizante neste interMEDio, com a união em palco de dois dos maiores rappers nacionais: Tristany e Prétu. Esta encomenda da organização aos dois artistas proporcionou a todos os presentes o privilégio de assistirem um espetáculo único e irrepetível. Ora em momentos mais fortes com mensagens onde a questão das migrações, a tolerância racial ou a vivência nos subúrbios da Capital tem especial destaque, ora mais calmos com melodias menos dançáveis mas que trazem à tona a doce voz de Tristany. Um concerto onde a experiência de um longo passado dedicado à cultura hip-hop do luso-cabo-verdiano de Prétu, conhecido também como Chullage – esteve de mãos dadas com o jovem Tristany que tem já um futuro assegurado na cena musical nacional.

Esta noite, a quarta do Festival interMEDio, sobem ao palco o louletano Nuno Guerreiro, que irá estrear o seu novo trabalho, e o multifacetado Moullinex.

Toda a informação em https://www.facebook.com/festivalmedloule

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