Entre os dias 5 e 7 de novembro, a União de Freguesias de Bensafrim e Barão de São João voltou a receber caminhantes de mochila às costas e sorriso nos lábios. O evento contou com cerca de 700 participantes, que aproveitaram estes dias de sol para usufruir de um diversificado programa de 81 atividades, desde caminhadas, passeios temáticos, percursos de BTT, workshops, atividades para crianças, sessões de bem-estar, pintura de mural, visionamento de documentário e até um concerto. Um dos pontos altos voltou a ser a instalação artística, este ano com o tema “Contraciclo”.
Metade das 81 atividades esgotou, registando-se um total de cerca de 1300 inscrições, o que significa que muitos visitantes aproveitaram a diversidade da oferta e inscreveram-se em mais do que uma atividade.
Depois da edição de 2020 ter decorrido de forma atípica, com participação mais limitada devido às restrições da pandemia, o festival voltou, crescendo em público e em repercussão.
Este ano registou-se um aumento da participação de famílias e, apesar de ter havido um reforço das atividades para crianças, a grande maioria esgotou. Também o aumento da multiculturalidade dos participantes foi notório, verificando-se a adesão de muitos estrangeiros residentes mas também de turistas. Destaque ainda para os vários participantes residentes fora do Algarve que se deslocaram propositadamente ao festival.
O concerto de Tiago Saga foi um dos pontos altos deste evento. O músico, que tem raízes no concelho de Lagos, criou um ambiente de verdadeira festa, cantou dois temas “em algarvio” e, numa atuação que começou em registo mais intimista, terminou com o público a dançar em frente ao palco do Centro Cultural de Barão de São João.
Ao nível artístico, destaque para a instalação “Contraciclo” que juntou obras de 13 artistas locais concebidas especialmente para o Festival e expostas em vários pontos da aldeia e dentro da Mata de Barão de São João.
Nesta edição os visitantes tiveram a oportunidade única de fazer uma visita à instalação artística na companhia de alguns dos artistas que a criaram e ficar a saber mais sobre o processo criativo de cada uma das peças. Este envolvimento da comunidade criativa local é também uma das características que tornam este festival único.
O artista Jorge Pereira promoveu um dos momentos mais participativos através da pintura de mural que fez numa parede exterior do Centro Cultural. Os visitantes puderam também colaborar, deixando uma marca do festival no espaço.
Este ano algumas das caminhadas foram marcadas por intervenções de artistas parceiros que, para além de surpreender os participantes, reforçaram a ligação íntima entre arte e natureza a que este festival procura dar expressão.
Houve também espaço para os artesãos locais darem a conhecer os seus produtos e para os visitantes provarem um doce ou apenas comprarem uma recordação.
O bar do Centro Cultural acabou por ser o ponto de encontro e convívio entre todos os visitantes, que aproveitaram sobretudo a esplanada e o calor do sol. Funcionou como um espaço de confraternização e partilha ao longo dos três dias.
Nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, “O Walk & Art Fest é um evento diferenciador, já consolidado, que promove não só os valores ambientais mas também os culturais e patrimoniais do território interior do Município de Lagos. Este festival complementa, sem dúvida, a oferta turística fora da época alta da região. O espírito que anima este evento é de facto contagiante. Os participantes que voltam todos os anos e que trazem novos amigos ou familiares comprovam isso mesmo. Este ano fica marcado pela presença de muitos participantes que vieram um pouco de todo o país mas não só. O evento está a começar a despertar o interesse de turistas internacionais.”
Anabela Santos, da Associação Almargem, entidade que coorganiza este evento, afirma: “Este é, desde o primeiro ano, um festival muito especial. Houve várias pessoas que nos felicitaram por todos os anos conseguirmos apresentar um programa tão vasto e diversificado, sempre com atividades novas. Não há melhor incentivo do que este para continuarmos. Não podemos deixar de agradecer a todos os participantes, já que é para eles que este evento é delineado. Mas obviamente é imperativo agradecer a todos os artistas, pois é também o seu festival e sem eles nunca teria sido possível sequer iniciar este evento. Assim como aos guias e dinamizadores que conduziram as atividades e generosamente partilharam o seu conhecimento. E, claro, à equipa do Centro Cultural de Barão de São João, cuja dedicação e trabalho permitiram que nada faltasse para estes três dias serem um sucesso e deixarem boas memórias em todos. Sem uma rede de parceiros a trabalhar de forma tão alinhada e motivada, nada disto seria possível”.
O festival regressa em 2022, de 4 a 6 de novembro, uma 5ª edição que já está na agenda e no itinerário dos amantes da natureza e da expressão criativa.
Sobre o projeto:
A iniciativa integra o calendário do evento Algarve Walking Season (AWS) onde se incluem os outros dois festivais de caminhadas existentes na Região (Walking Festival Ameixial e o Festival de Caminhadas de Alcoutim). O AWS é uma iniciativa coordenada pela Cooperativa QRER – Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, apoiada pelo Turismo de Portugal / Região de Turismo do Algarve.
Barão de São João