Arranca amanhã, dia 16 de fevereiro, em Lisboa, a Temporada Portugal-França 2022 – o grande acontecimento que irá marcar o presente ano juntando os dois países unidos pela amizade e pelos valores que defendem e partilham desde há séculos.
De fevereiro a outubro, e sublinhando a certeza de pertença ao todo sob o mote “O Sentimento Oceânico”, o mar de possibilidades oferecido pela Temporada permite construir novas cores, tons e visões em cocriação, com as novas gerações em mente. São mais de 200 eventos nos dois países (84 cidades em França e 55 cidades em Portugal) que, através de um olhar de descoberta mútuo, assumem um compromisso concreto com os assuntos que unem Portugal e França, e que ambos preservam na Europa de agora: a transição ecológica, nomeadamente através do tema do Oceano, a economia responsável e sustentável, a aposta nas energias renováveis, a igualdade de género, o respeito pela diferença e os valores da inclusão.
Património, criação artística (teatro, dança, fotografia, música, literatura, cinema), investigação (científica, patrimonial, histórica), educação e formação, inovação técnica e empresarial, gastronomia e moda são algumas das áreas trabalhadas em conjunto por entidades portuguesas e francesas, em que cada país será palco para o país parceiro.
Mais do que uma janela para as artes, neste extraordinário intercâmbio entre Portugal e França, a Temporada vai redefinir a palavra cultura e alargá-la aos universos científico, económico, histórico e político, e mostrar o melhor e o mais inesperado dos dois territórios, a partir de colaborações entre artistas, investigadores, intelectuais, estudantes e empresários, e entre cidades e regiões, instituições culturais, universidades, escolas e associações. Nas palavras do Presidente da Temporada Portugal-França 2022, o luso-francês Emmanuel Demarcy-Mota, “o eixo é construir o pensamento para um novo humanismo para o século XXI”.
Depois da Abertura Oficial em Paris, nos dias 12 e 13 de fevereiro, assinalados com o concerto de abertura de Maria João Pires “La mer” na Philarmonie de Paris, a inauguração da peça de Pedro Cabrita Reis “As Três Graças” no Jardin des Tuilleries, a inauguração da exposição “Panteão & Panthéon”, no Pantheón e a programação “Mosaico de vozes lusófonas” no Théâtre du Châtelet é a vez de Portugal.
Amanhã, 16 de fevereiro, a programação da Temporada arranca oficialmente em Lisboa, no Museu Coleção Berardo – Fundação Centro Cultural de Belém, com a inauguração da retrospetiva “O Esplendor”, do artista francês Gérard Fromanger (1939-2021), que apresenta cerca de 30 séries que marcam a sua obra, entre quadros, desenhos, serigrafias, incluindo a película “Film-Tract nº 1968”, realizada em colaboração com Jean-Luc Godard.
As boas-vindas ao certame em Portugal também serão dadas, neste dia, com a abertura de “Panthéon & Panteão”: uma exposição cruzada, no Panteão Nacional, em Lisboa, e no Panthéon, em Paris, cujas semelhanças e as diferenças são as bases para apresentar estes monumentos que homenageiam figuras importantes de cada nação. E como este programa envolve os países em todo o seu território, a 18 de fevereiro, entre os teatros Rivoli e Campo Alegre, no Porto, Phia Ménard, uma das artistas francesas mais entusiasmantes da atualidade, inicia um programa que cruza dança, artes visuais, teatro e circo contemporâneo e que, além da sua mestria artística, dá conta do seu compromisso pessoal, social e político com temas atuais da nossa sociedade. Estes eventos são enriquecidos e celebrados pelas atuações de escolas de ensino artístico de Lisboa e do Porto detalhados no programa de abertura onde se destacam ainda duas exposições já visitáveis nas duas cidades: “Artistas, Património e Museu”, em Lisboa e “Caprichos deManuel-Casimiro”, no Porto.
A Temporada Portugal-França 2022 é uma oportunidade para realçar a proximidade e a amizade que unem os dois países, representadas em particular pela presença em França de uma vasta comunidade luso-descendente, e em Portugal por número crescente de cidadãos franceses. Desta forma e durante este ano, a temporada cruzada faz emergir um lugar onde portugueses e franceses se possam reunir na valorização da diversidade, dos valores humanistas, da democracia e na contribuição para a sustentabilidade do planeta, na partilha de boas práticas para o proteger. Segundo Emmanuel Demarcy-Mota, a Temporada permite “dar ao sonho um poder inaudito para que os encontros que temos imaginado nos permitam criar juntos um futuro desejável”, acrescentando que “tal só será possível se desenharmos uma nova geografia, se inventarmos juntos o tempo pós-pandemia, se mantivermos a nossa palavra e inventarmos uma Europa solidária das artes e da cultura”.
De mãos dadas e de braços abertos, Portugal e França mergulham no Atlântico que partilham e no vínculo que os liga, com ideias combativas, criativas e corajosas. É por isso que a Temporada assentará sob cinco eixos temáticos: Preservar o Oceano comum (Portugal e França, os únicos países europeus com um Ministério do Mar, vão apelar à preservação da biodiversidade através de projectos científicos e artísticos para a sustentabilidade); Uma sociedade mais inclusiva, pela igualdade de género na Europa (a dupla partilha o valor da democracia e o programa impulsiona criações e iniciativas femininas); Juventude inovadora e empenhada (a promoção de jovens talentos, na pele de novos criadores, empresários, estudantes e cidadãos); Laços de proximidade e intimidade (o reforço da amizade que une as duas comunidades através do elo humano e cultural); Criação contemporânea e Europa da cultura (partir à descoberta de criações originais, intercâmbios de programação, residências cruzadas, performances, partilhas musicais e poéticas).
Espelho da dupla dinâmica que é Portugal e França, a Temporada é, sobretudo, como explica Emmanuel Demarcy-Mota, “um momento que nos pode ajudar a construir um otimismo para o presente e para o futuro”, num diálogo entre os dois países e o resto da Europa. Para a comissária pela parte francesa, Victoire di Rosa, o significado da temporada cruzada partilha essa ideia de “tecer laços, construir pontes para reunir o melhor dos nossos talentos em todos os domínios e juntos estar melhor nos temas que nos são comuns”. A comissária pela parte portuguesa, Manuela Júdice, que defende “a riqueza cultural e científica dos dois países”, também olha em frente e deseja “que este não seja senão um começo, um ponto de partida, para futuras iniciativas em Portugal e em França”. “A Temporada continuará no tempo. Ela tem que ter continuidade nas pessoas, na cultura, no tratamento do ambiente”, sublinha. Em suma, a Temporada Portugal-França 2022 é um projeto de democratização para todos.
Acordada entre o Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, e o Primeiro-Ministro da República Portuguesa, António Costa, a Temporada Portugal-França 2022 é organizada pelo Camões, lnstituto da Cooperação e da Língua, I.P. – Ministério dos Negócios Estrangeiros, e pelo Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC) – Ministério da Cultura, com o apoio da Presidência do Conse- lho de Ministros (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género); do Ministério da Economia e da Transição Digital; do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; do Ministério da Educação; do Ministério do Ambiente e da Ação Climática; do Ministério do Mar; e da Embaixada de Portugal em França.
De fevereiro a outubro, basta mergulhar neste Oceano comum e preservá-lo.
Toda a programação em www.temporadaportugalfranca.pt
PR&C