É um passeio repleto de emoções e histórias que Aníbal Neto, agricultor e criador de ovelhas churras algarvias, faz pelas instalações da antiga vacaria no Centro de Experimentação Agrária (CEAT). É “um arrepio” que se sente nas palavras de quem viu uma casa em funcionamento e vê agora apenas “mato e chapas”.
“Infelizmente, esta casa está em ruínas, merece ter atenção. É uma pena ver o que foi na altura um centro de experimentação animal, ser atualmente mato e chapas”, lamenta Aníbal Neto no 5º episódio da coletânea ‘Histórias do Posto Agrário’, desenvolvido pelo movimento de Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas de Tavira.
Aqui se trabalhava a melhoria dos animais, mas também se respondia a todos os pedidos de ajuda dos agricultores. O Sr. Joaquim, funcionário que Aníbal Neto relembra quase a cada passo, era fundamental no apoio e auxílio aos criadores de gado. Este apoio torna-se ainda mais urgente nos dias que correm com os criadores de gado a terem falta de pasto para darem alimento aos seus animais e a terem que procurar alternativas para que não passem fome, devido à situação de seca que o território atravessa.
Para o futuro: “o sonho seria agarrar nas raças autóctones, ir buscar a vaca algarvia, a cabra algarvia, a ovelha algarvia”, diz o engenheiro e criador de um rebanho com 250 ovelhas[1], sublinhando que é isso que fazem em algumas zonas de Espanha. “Nós não estamos a dar continuidade a nada do que se fez e do que tínhamos”, lamenta Aníbal Neto enquanto faz votos para que o Centro de Experimentação Agrária mantenha a atividade virada para a agricultura e para o apoio directo aos produtores.
CEA Tavira