Chegou esta madrugada ao concelho de Loulé um autocarro que partiu de Varsóvia, na Polónia, com um grupo de 48 refugiados da guerra na Ucrânia. No Hotel Aquashow, em Quarteira, local do desembarque, estava tudo a postos para acolher estas pessoas que irão ficar em diversos pontos do concelho de Loulé, até ao final do conflito militar.
A viagem de regresso a Portugal, que teve início na madrugada de dia 10, com uma duração de 48 horas, decorreu de forma tranquila.
São 17 adultos (entre os quais 1 grávida e apenas 2 homens) e 31 crianças (8 delas com menos de 5 anos), oriundos de cidades como Kiev, Ivano-Frankivsk e Lviv, sendo que a grande maioria já tem em Loulé “acolhimento e famílias de contacto”, como sublinhou Sandra Vaz, responsável do Departamento de Desenvolvimento Social e Saúde do Município. “Muitas delas têm ligações ao território de Loulé e isso foi facilitador neste procedimento. Os outros ficarão num alojamento comunitário transformado para o efeito”, adianta.
O Município de Loulé “abraçou desde logo esta ação humanitária” e este esforço concertado com a Secretaria de Estado para a Integração e Migrações, a Secretaria de Estado da Internacionalização, o Alto Comissariado para as Migrações e a DOINA – Associação de Imigrantes Romenos e Moldavos no Algarve, com o apoio do ABC – Algarve Biomedical Center, teve por objetivo “receber estas pessoas da melhor forma, com muita dignidade, humanizar este acolhimento, e também proporcionar uma viagem com toda a segurança até Loulé”.
Neste momento de chegada, os cidadãos foram acolhidos pelos técnicos da Ação Social da Câmara, Proteção Civil, Bombeiros e GNR, com o apoio da CNAIM – Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes do Algarve, e atendidos por elementos do SEF e Segurança Social que, a par de toda a burocracia documental, forneceram a informação sobre os seus direitos e quais os passos seguintes para garantir os mesmos.
A próxima fase do processo passará pela integração social destes cidadãos, “numa articulação nas áreas da saúde, da educação, do emprego e da Segurança Social”. “Trabalhamos muito em rede, em parcerias, portanto os serviços de ação social do Município vão concertar-se com os demais serviços públicos e garantir a melhor integração destas pessoas nas diversas dimensões da sua vida”. A frequência na Escola por parte destas crianças e a aprendizagem do Português será, desde logo, uma das prioridades.
Maria Margarida Miguel, médica de 27 anos, disse à Imprensa presente no local que, não obstante o momento dramático do conflito, estas pessoas “estão contentes por terem arranjado uma solução e de chegar aqui ao Algarve onde a maior parte tem família ou amigos”. Quanto a esta experiência em termos pessoais sublinha: “Foi muito cansativo mas muito gratificante ao mesmo tempo! São pessoas muito simpáticas e afáveis, mesmo não dominando a língua entendíamo-nos, entre o Google Tradutor ou os gestos”.
GAP da CM Loulé