Observador – Cetelem | 73% dos portugueses permanecem apegados à propriedade de bens

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  • Os mais velhos valorizam mais a propriedade do que os mais jovens
  • Falta de garantia é o principal motivo para não comprar produtos usados
  • Livros, videojogos, consolas e equipamentos de bricolage são alguns dos bens mais aceites para uso em segunda mão

Apesar de a economia circular dar ênfase aos bens em segunda mão, a propriedade ainda tem futuro pela frente. De acordo com o estudo Barómetro Europeu do Consumo do Observador Cetelem 2022, 3 em cada 4 europeus continuam a declarar-se muito apegados à ideia de serem proprietários de bens. Em Portugal, 73% dos inquiridos estão também alinhados com esta ideia.

Numa perspetiva geracional, verifica-se que os entrevistados mais velhos valorizam mais a propriedade do que os mais jovens. Entre os vários países onde se realizou o inquérito, os suecos, os noruegueses e especialmente os eslovacos são os menos entusiasmados com a propriedade, enquanto os húngaros, búlgaros, italianos e romenos estão no extremo oposto da escala.

Independentemente da categoria do produto, os europeus preferem também comprar a alugar. No entanto, 36% dos entrevistados preferem alugar ou emprestar um livro e 33% um videojogo ou uma consola. 30% dos inquiridos também apreciam alugar equipamentos de bricolage, o que será uma escolha influenciada pelo facto de as pessoas tenderem a não utilizar estas ferramentas todos os dias. Em contraste, embora a compra de telemóveis recondicionados seja um segmento em rápido desenvolvimento, 92% dos europeus ainda preferem comprá-los novos.

Garantias são oportunidade para retalhistas

As garantias oferecidas pelos retalhistas e pelas marcas desempenham um papel essencial no estabelecimento de relações de confiança com os consumidores. Uma confiança que, de certa forma, garante a sua fidelização e, consequentemente, a repetição de compras. Para 30% dos entrevistados, e uma proporção ainda maior entre os mais seniores, a falta de garantia é o principal motivo para não comprar produtos usados. Em seguida na lista vem o pensamento de comprar um produto que já foi usado por outra pessoa (26%), seguido do desejo de comprar algo novo (25%). Estes resultados parecem confirmar que os europeus continuam muito interessados em tudo o que é novo, no sentido mais amplo possível.

Metodologia

O inquérito quantitativo aos consumidores foi conduzido pela Harris Interactive entre 5 e 19 de novembro de 2021, em 17 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Espanha, França, Hungria, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino Unido, Eslováquia e Suécia. Foram realizados inquéritos online num total de 15 800 indivíduos (através do método CAWI). Os inquiridos, com idades compreendidas entre os 18 e os 75 anos, foram selecionados de amostras nacionais representativas de cada país. A representatividade da amostra foi assegurada pelo método de quotas (género, idade, local de residência e nível de rendimentos/classe socioprofissional). Foram realizados 800 inquéritos em cada um país, exceto em França onde foram realizados 3 000 inquéritos.

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