Encerrou este domingo o 18º Festival MED, naquele que foi o “Open Day”, o dia de entrada livre em que, sem o aparato dos grandes concertos mas com toda a multidisciplinaridade que tão bem caracteriza o evento., os visitantes tiveram a oportunidade de sentir um pouco do ambiente que aqui se viveu por estes dias.
Música, cinema, sustentabilidade ambiental, artes de ruas, gastronomia e artesanato foram as propostas deste dia/noite, num complemento ao cartaz principal dos três dias.
O “Open Day” arrancou com uma conferência, na Casa do Meio Dia, onde se debateu “Sustentabilidade Ambiental nos Festivais de Música”. Numa iniciativa que teve como parceiro a APORFEST – Associação Portuguesa de Festivais de Música e com moderação do seu presidente, Ricardo Bramão, participaram nesta iniciativa a jornalista Catarina Canelas, a vice-reitora da Universidade do Algarve, Alexandra Teodósio, a cantora Viviane, Verónica Guerreiro (Loulé Design Lab) e ainda o diretor do Festival e vereador do Ambiente do Município de Loulé, Carlos Carmo.
Este constituiu um riquíssimo momento de reflexão sobre a forma como este tipo de eventos deverá adaptar-se, enquadrando medidas que mitiguem o impacto ambiental e a pegada de carbono.
Seguiu-se a gastronomia. Os Claustros do Convento Espírito Santo, o espaço onde funcionou o MED Jazz durante os dias do festival, transformaram-se numa cozinha ao ar livre para receber workshops de culinária. Tendo como parceiros a Tertúlia Algarvia e a Associação In Loco, a ideia foi promover a confeção de pratos diretamente ligados à Dieta Mediterrânica, seja no uso de produtos locais e enquadrados neste tipo de alimentação, ou na forma como os alimentos são cozinhados. Este é, de resto, um elemento que há já vários anos é presença no MED e, mais uma vez, contou com um público apreciador destes sabores que nascem deste Património Cultural Imaterial da Humanidade.
O MED Classic saiu da Igreja de S. Francisco – onde este ano decorreu o seu programa – para se instalar neste dia no Palco Matriz. Aqui o público teve a oportunidade de assistir ao que de melhor o Conservatório de Música de Loulé “Professor Francisco Rosado” tem dado à cultura da região e os frutos do trabalho aí desenvolvido. O Festival MED apresentou os espetáculos do Ensemble de Flautas de Loulé e da Orquestra de Sopros e Percussão desta instituição. Um momento em que a música mais erudita invadiu o palco onde, em noites anteriores, passaram bandas de cumbia, reggae ou DJs.
Já no “sobrevivente” Palco Castelo, soaram as sonoridades africanas do músico guineense Remna Schwarz. Depois de ter estado num show case durante a apresentação do Festival, em 2019, no Capitólio, em Lisboa, era suposto que no ano seguinte atuasse no MED. No entanto, a pandemia adiou este concerto mas a vontade de Remna em mostrar o seu trabalho enquanto músico não se dissipou e, nesta noite, teve uma atuação condizente com a qualidade artística que se viu durante todo o festival, em todos os palcos, noutros protagonistas.
O último capítulo desta 18ª edição ficou a cargo de outro músico, Tó Trips, que teve a tarefa de musicar o filme “Surdina”, a película de 2020 realizada por Rodrigo Areias. No intimista espaço Cinema MED, foram muitos os que quiseram não só assistir à película mas também ao virtuosismo do ex-Dead Combo que, mais uma vez, atuou em Loulé e no Festival MED.
O “Open Day” contou com a presença de muitos louletanos mas também de alguns turistas que se encontram de férias no Algarve, que aproveitaram para passear pela Zona Histórica da cidade, apreciar o artesanato e saborear a variedade gastronómica, usufruindo, ao mesmo tempo, de propostas culturais diversas.
CM Loulé