- Cada agregado estima que terá de gastar, em média, 525 euros
- Para minimizar impacto da inflação, 57% tencionam conter-se nas compras para este ano letivo
- 95% vão tomar medidas para tornar as compras do regresso às aulas menos dispendiosas
Os encarregados de educação prevêem que terão de gastar mais nas suas compras para este ano letivo. De acordo com o Observador Cetelem Regresso às Aulas 2022, as famílias com estudantes a seu cargo estimam gastar em média 525€, um valor acima dos 335€ previstos no ano passado e nos anos anteriores do estudo, uma perceção que estará relacionada com a estimativa que os inquiridos fazem do aumento de preços dos materiais que precisam de comprar.
A maior parte das famílias (27%) estima que irá gastar entre 251€ e 500€; já 22% contam gastar entre os 501€ e os 750€; 18% esperam não passar os 250€; e 15% preveem gastar mais de 751 euros. 17% disseram não saber ou preferiram não responder. As famílias que têm um estudante a seu cargo (cerca de 68%) esperam gastar em média 475€. Já as que têm dois educandos (28%) preveem custos na ordem dos 617€. As que têm três ou mais (4%) estimam que gastarão 710€.
Observando os dados, verifica-se uma relação entre os gastos e o nível de ensino dos educandos: no pré-escolar os gastos médios são cerca de 325€; no 1º Ciclo de 490€; no 2º ciclo rondam os 503€, no 3º ciclo 583€ e no secundário o valor é 623€. No ensino superior/universitário é onde tenderá a ser necessário gastar mais, 875€ em média.
No que respeita às áreas metropolitanas, verifica-se que os gastos das famílias no Grande Porto tenderão a ser, em média, mais elevados (690€) do que os das famílias da Grande Lisboa (547€). Já numa análise por região, é no Sul que o gasto médio das famílias será, em média, mais elevado (532€). Segue-se a região Norte, com um gasto médio de 510€ e a região Centro com um valor mais baixo, cerca de 392€.
Relativamente ao material escolar que tencionam adquirir, 82% dos inquiridos estimam gastar em média cerca de 110€ em material essencial (mochila, canetas, lápis, etc.); 70% calculam gastar em média 176€ em artigos de vestuário/calçado; e 59% apontam uma média de 142€ para equipamento para educação física.
Famílias procuram conter despesas neste regresso às aulas
Para procurar minimizar esta subida de preços nos seus orçamentos, a maioria das famílias tenciona conter-se nas compras para este ano letivo (57%) e quase todas adotarão estratégias para as tornar menos dispendiosas (95%). Algumas das medidas tomadas passam por comprar apenas o estritamente necessário (59%), optar pelas promoções (40%), reutilizar material escolar (33%) e optar por produtos mais baratos (20%).
Relativamente à contenção nas compras, 18% dos encarregados de educação dizem, por exemplo, já ter recusado material escolar por considerarem ser muito caro, nomeadamente, aqueles que residem em Lisboa (14%) e que têm filhos a frequentar o 2.º Ciclo (28%). 13% dos encarregados de educação admitem, no entanto, fazer cedências no seu orçamento para poderem comprar o material escolar desejado, principalmente as famílias com menores rendimentos (38%) e residentes em Lisboa (18%).
Apesar de muitos procurarem poupar neste regresso às aulas, 51% dizem ter total capacidade financeira para financiar a educação, neste ano letivo. Esta disponibilidade financeira poderá ser explicada pelo facto de 61% dos encarregados de educação afirmarem ter feito poupanças para este fim, com 29% a admitir que a vão utilizar neste regresso às aulas. 18% dizem também que tencionam utilizar o cartão de crédito no regresso às aulas, sendo este o valor mais baixo dos últimos 6 anos.
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