O IV Ciclo de Concertos Artis XXI arranca esta semana com concertos dia 5, 7 e 9 de outubro na igreja Matriz Lagoa e na Ermida da Guadalupe (espaço integrado no programa DiVam promovido pela Direção Regional Cultura do Algarve).
Nos dias 5 e 7 de outubro terá lugar o Concerto A Música no Feminino interpretado pelo Quinteto de Sopros Ensemble Artis XXI constituído por Rute Gomes, Flauta Transversal, Inês Figueiredo, Oboé, Patrícia Camelo, Clarinete, Rute Santos, Fagote e Catarina Silva, Trompa.
No dia 9 de outubro será interpretado o concerto “Luz e Sombras” pelo Projeto Armilar constituído por Catarina Carvalho, Soprano, Ana Figueiras, Flauta de Bisel, Teresa Madeira, Violoncelo Barroco e Elsa Mathei, Cravo.
Este é um evento produzido pela Artis XXI, apoiado pelo Município de Lagoa, DGartes, Direção Regional de Cultura do Algarve, Folefest e Festa da Música – Instrumentos Musicais, em parceria com o Folefest. A Direção Artística está a cargo de Elsa Mathei e a Direção de Produção por Rute Gomes.
A Música no Feminino
O Quinteto de Sopros Artis XXI, constituído por mulheres, vem reforçar a presença feminina nos instrumentos de sopros. Durante largos anos, apenas os homens eram considerados para tocar instrumentos de sopros porque era considerado indecente a mulher tocar este tipo de instrumentos. Os instrumentos de sopros eram algo que se considerava desfigurar a figura bela da mulher. Só no século XX este conceito começa a cair, passando a haver uma reflexão sobre a igualdade de género, que em muito se desenvolveu a nível intelectual, expressivo, físico e artístico.
O Quinteto apresentado é formado por Flauta, Oboé, Trompa, Fagote e Clarinete, explorando sonoridades muito diferentes, esta variedade tímbrica manifesta uma grande versatilidade, despertando no ouvinte a curiosidade sobre os sons e as frases musicais, numa estética que desperta a emoção e a intuição e mostra a sua flexibilidade despertando os mais diversos sentimentos no público.
Luzes e Sombras | Sinopse
Do italiano chiaroscùro, o título Luzes e Sombras é inspirado nas letras das cantatas apresentadas e incide sobre o estilo contrastante do barroco tardio, no qual o virtuosismo e a exuberância das passagens melódicas contrastam com a delicadeza melancólica das harmonias envoltas. Este concerto concentra-se no repertório especialmente dedicado para Soprano e Flauta de Bisel composto durante a época barroca. Neste período há uma diversidade de compositores que, na sua maioria, estão esquecidos, mas cujas obras merecem um outro olhar mais atento e um lugar mais destacado na história da música ocidental. Viagem pelos recantos sonoros da Alemanha e Itália, num dueto de sonoridades que se distinguem pela sua localização e diferenças culturais e que, ao mesmo tempo, se influenciaram e se condicionaram mutuamente no carácter e inovação da escrita musical. Esta parte da Europa Central revelou ser muito profícua a nível cultural e nas linguagens que promoveu, nomeadamente na música. Irão partilhar obras originalmente escritas, para esta formação instrumental, por Georg Philipp Telemann, Draghi, Alessandro Scarlatti, J.S. Bach, entre outros.
5 de outubro | 17h00 | Ermida de Guadalupe, Vila do Bispo
7 de outubro | 19h00 | Igreja Matriz de Lagoa
A Música no Feminino | Programa:
Walking Tune, Percy Grainger (1882 – 1961)
Quintett Op.44, Robert Stark (1847 – 1922)
Humoreske (Rondo), Alexander Zemlinsky (1871 – 1942)
Quinteto de Viento nº1, Luis Ignacio Marín (1955 – )
Trois Pièces Brèves, Jacques Ibert (1890 – 1962)
9 de outubro | 17h00 | Ermida de Guadalupe, Vila do Bispo
Luz e Sombras | Programa:
Aria Hochester, was ich habe (BWV 39), J.S.Bach (1685-1750)
Aria Amor è um spiritello em dó Maior, A. Draghi (1634-1700)
Aria Vergnugter Ort, G.C. Schurmann (1672-1751)
Sonata para flauta e BC em sol menor, J.C. Schickhardt (1682-1762)
Aria Warbling the birds enjoying, G. Fedeli (1680-1733)
Aria Dolce piangi, romito usignuolo, C.A. Badia (1671-1737)
Aria Non mi mirate, R. Keiser (1674-1739)
Sonata para violoncelo em Sol Maior, A. Gabrielli (1532-1585)
Aria Vuoi tu, A Gabrielli (1532-1585)
Aria S’a tal colpo non si spezza, A. Ariosti (1666-1729)
Aria Più non m’alletta, D. Scarlati (1660-1725)
Aria Lauter Wonne, lauter Freude, TWV: 1:1040, G.P. Telemann (1681-1767)
SD