No dia 3 de Outubro foi apresentado no Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, em Sagres, o primeiro projeto nacional de conservação de andorinhas e andorinhões – o andorin. Este projeto surge com o objetivo de criar uma rede de parceiros que promova a conservação destas aves através de medidas que o cidadão comum possa aplicar, como o reencaminhamento de aves debilitadas para centros de recuperação, a colocação de caixas e taças ninho ou ainda o apoio a arquitetos e construtores no desenho e execução de edifícios amigos das andorinhas e dos andorinhões.
O apoio à investigação científica e a promoção de campanhas de ciência cidadã são também princípios elementares do andorin. São muitas as lacunas de conhecimento que existem ainda sobre a biologia e a ecologia destas aves e a sua investigação e monitorização são fundamentais para que sejam tomadas as decisões mais adequadas à sua conservação. Este é um esforço em que o contributo de todos pode também fazer a diferença, uma vez que o projeto disponibiliza ferramentas que permitem a inventariação e monitorização dos ninhos que possam existir nas nossas casas.
É, no entanto, para a comunidade escolar que estão pensados muitos dos conteúdos do projeto! Como as andorinhas e os andorinhões são aves comuns nas vilas e cidades, são os animais ideais para que possam ser objeto de estudo por parte dos mais novos. Estão, para isso, pensados um conjunto de jogos e atividades onde aprender é uma brincadeira!
Em Portugal, podem ser observadas cinco espécies de andorinhas e seis espécies de andorinhões. Embora as andorinhas e os andorinhões não sejam aves aparentadas são muito parecidas, com formas elegantes, voos rápidos e acrobáticos que usam para caçar em voo os invertebrados de que se alimentam. Outra característica fundamental que une estas aves e que nos torna também intervenientes desta história é o facto de ambas nidificarem nos edifícios que construímos.
Além disso, são animais de extrema importância uma vez que se alimentam de invertebrados que podem ser prejudiciais, quer por serem pragas agrícolas e florestais, quer por serem vetores de diversas doenças.
Nenhuma destas espécies está ameaçada no nosso país, mas a recente revisão dos estatutos de conservação em países como Espanha ou Inglaterra refletem uma queda acentuada no número destas aves. As principais ameaças que têm levado ao desaparecimento de andorinhas e andorinhões são as alterações dos habitats que levam à escassez dos recursos que lhes são essenciais; as alterações climáticas que afetam os seus movimentos sazonais e a redução da disponibilidade de locais de nidificação provocada, entre outras coisas, pela imprudente demolição e restauro de edifícios antigos.
Neste momento, a maioria das andorinhas e dos andorinhões estão em África, mas quando chegarem na próxima primavera a associação Vita Nativa convida todos a embarcarem no andorin e a contribuir para a conservação destas extraordinárias aves.
Mais informações: https://www.andorin.pt/
Associação Vita Nativa