O Cineteatro Louletano (Loulé), vai receber o espetáculo: “Samotracias”, com direcção artística de Carolina Santos (Mákina de Cena), em co-criação com Letícia Blanc e Ulima Ortiz. A peça estreia-se no Algarve em outubro, com apresentações nos dias 21 (Cineteatro Louletano, Loulé), 23 (Auditório Carlos do Carmo, Lagoa) e 28 e 29 (IPDJ, Faro).
Inspirada pela obra “Les Samothraces”, de Nicole Caligaris, a peça parte da figura da estátua sem rosto e fragmentada da deusa grega da Vitória (Nice de Samotrácia), exposta hoje no Museu do Louvre, para pensar as relações complexas entre desigualdade de género e migração, numa realidade tão mediática, mas tão pouco conhecida. Em formato trilingue (português, francês e espanhol) e fruto de um processo criativo coletivo e horizontal, o espetáculo apresenta os sonhos e as dores de uma jovem, uma mãe e uma senhora, encarnadas nas personagens de Pepita, Sandra e Sissi. Estas mulheres refletem não apenas as experiências das próprias atrizes como, ainda, as de migrantes residentes na região algarvia, cujas memórias e testemunhos ganham, aqui, voz e ouvidos.
Sendo este um tema urgente para a geopolítica contemporânea mundial e europeia, e abordado por “Samotracias” de forma tão sensível e socialmente implicada, tivemos o ensejo de falar com as atrizes envolvidas neste projeto: Carolina Santos, Letícia Blanc e Ulima Ortiz. Carolina Santos, diretora artística da Mákina de Cena, começou por nos explicar um pouco da história do projeto Mákina de Cena, desvendando a seguir, com as suas colegas a razão de ser deste novo espetáculo e as razões, muito atuais, que levaram à concepção deste projeto de teatro físico, intenso, pautado por muitas emoções, durante 70 minutos de entrega total.